A casa mais antiga da Avenida Atlântica, em Balneário Camboriú, que está sendo demolida, não é o único imóvel de madeira no Centro do município. Um estudo comandado pelo Observatório de Interações no Ambiente (OiA) mostra que, em toda a cidade, restam 1.240 edificações, sendo que 67 estão na região central, praticamente em frente à praia. As residências “sobreviventes” são, na opinião do OiA, uma demonstração de como foi o começo da história balneocamboriuense.

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“As arquiteturas de madeira foram determinantes na formação dos primeiros anos de Balneário Camboriú, quando a cidade surgia como um calmo balneário litorâneo e apresentava esparsas casas de veraneio ao longo da costa. Hoje, a cidade assume uma identidade equivalente às grandes metrópoles com seus arranha-céus e testemunha o quase desaparecimento destas arquiteturas na paisagem urbana”, diz o site do projeto, que recebeu recursos de prêmios da Fundação Catarinense de Cultura e Fundação Cultural de Balneário Camboriú.

O coordenador do levantamento, Gabriel Gallarza Rossi, explica que um catálogo com todas as localizações e imagens das mais de mil casas está sendo feito. Parte dele, que contempla as 67 edificações da área nobre, já foi finalizado (veja algumas fotos abaixo). Os outros três volumes devem ser concluídos ainda neste ano. Eles serão impressos e distribuídos gratuitamente.

— É uma espécie de inventário, começamos no ano passado com a região central, junto à praia, que são as casas mais antigas da cidade e em menos quantidade — comenta Gabriel.

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Na opinião dele, a proposta é uma forma de contribuir para que os moradores conheçam, através da arquitetura, um pouco mais da história da cidade, já que os imóveis “representam todo o processo de evolução do município”.

O assunto ganhou ainda mais espaço depois da informação trazida pela colunista Dagmara Spautz de que a mais antiga casa da Avenida Atlântica, o endereço mais caro de Balneário Camboriú, começou a ser demolida. Construída em 1956, a casa em frente ao mar foi comprada por uma família de Itajaí, na década de 1970, que pediu para ter o nome omitido. O patriarca, hoje já falecido, falou à coluna em 2012 sobre sua pequena joia à beira-mar.

Saudoso, lembrou de quando a Avenida Atlântica não passava de uma estreita e esburacada estrada de terra, e os terrenos – hoje ocupados por alguns dos maiores edifícios da América Latina – eram povoados de lagartos.

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Veja fotos das poucas casas de madeira do Centro de Balneário Camboriú

Veja fotos da antiga Balneário Camboriú

*Com informações de Morgana Fernandes, da NSC TV.

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