Cerca de 25 residências da localidade de Baixo Rio Cunha, em Rio dos Cedros, no Vale do Itajaí, estão ameaçadas de terem suas casas alagadas pelas águas do Ribeirão Cunha.
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Na quinta-feira à noite, mais de 600 metros de terra caíram sobre o ribeirão. O rio, que tinha dois metros de largura, virou uma represa de 50 metros de largura com profundidade de 1 a 4 metros. São cerca de 100 milhões de litros de água, o que daria para encher 53 piscinas olímpicas. Não houve vítimas.
Com o fechamento do ribeirão, as casas correm o risco de serem inundadas caso a haja o rompimento da barreira que mantém a represa. Para evitar desastres, a Defesa Civil de Rio dos Cedros retirou as famílias do local e as encaminhou ao abrigo do município na sexta-feira de manhã.
Neste domingo, técnicos da Defesa Civil trabalham para abrir um canal na barreira por onde a água da represa escoará lentamente.
Do outro lado do rio, na localidade de Rio Cunha, em Benedito Novo, uma residência ficou imersa nas águas da represa e outras três casas foram desocupadas devido ao perigo de desmoronamento.
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Segundo o prefeito, Carlindo Alberto Persuhn, há o risco de dois morros deslizarem a ponto de arrastar a SC-477 e interromper o curso do Rio Benedito na localidade de Kaspereit. Cerca de 50 famílias já foram retiradas de suas casas, sem previsão de retorno.
Geólogo alerta para rachaduras
O geólogo e professor da Universidade Regional de Blumenau (Furb) Juarês José Aumond, após avaliar a região, diz que toda a população de Benedito Novo e Rio dos Cedros deve estar atenta às rachaduras nos terrenos e nas casas. Ele define a situação nessas cidades como “uma bomba-relógio”.
– Como os vales têm formação de um “V”, não em forma de “U”, e espesso manto de solo sobre a rocha, muitos lugares já apresentam sinais de fraturas profundas de escorregamento que chega a mais de 300 metros. É impressionante o número de cicatrizes evidenciando que o solo está desestruturado – alerta Aumond, que diz que ainda levará semanas para o solo começar a se recuperar, se parar de chover.
De acordo com a prefeitura de Benedito Novo, até sábado à noite cerca de 200 famílias estavam desalojadas, algo em torno de 1 mil pessoas.
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As áreas de maior risco são as localidades de Tifa Girelli, Beco Theilacker, Rua Rodeio, Santa Rosa, Rio Ferro, Rio Cunha, Rio Tigre, Rio Fortuna, Travessão do Tigre, Ribeirão dos Russos e Ribeirão das Antas.