Ficou pronta a reforma do casarão histórico que pertenceu ao famoso arquiteto blumenauense Egon Belz. Depois de oito meses de obras, o imóvel na Rua Pastor Oswaldo Hesse, no bairro Ribeirão Fresco, continua com o projeto original intacto, mas de “cara nova”. Agora, está à venda por R$ 2,5 milhões.
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Inicialmente, a Alleati Empreendimentos, que comprou o imóvel no ano passado, pretendia colocá-lo para alugar depois da repaginada. No entanto, os planos mudaram e o objetivo é vender o espaço, que tem 430 metros quadrados de área construída.
Por ter sido tombada pelo município em 2016, modificações importantes na casa histórica precisam da autorização do poder público. Porém, durante os trabalhos nos últimos meses, não houve necessidade de grandes mudanças. O assoalho em madeira, por exemplo, foi tratado e é o mesmo de 1932, quando a residência da família Belz foi erguida.
Entre os seis cômodos está o que um dia serviu de escritório para o arquiteto. Egon era um bebê quando a casa foi encomendada pelos pais dele a um arquiteto alemão chamado Simão Gramlich. O blumenauense herdou a residência, morou no local por um período, construiu uma segunda parte em 1978 e, antes de morrer, em 2007, manifestou o desejo de deixar o local sob os cuidados do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) de Blumenau, para fins educativos.
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Veja fotos de antes e depois do casarão
O instituto ficou responsável pelo imóvel por 10 anos, mas em 2019 a família de Belz conseguiu recuperá-lo e o colocou à venda. Entre aquele momento e o início das obras em junho do ano passado, o tempo e usuários de drogas acabaram com os cômodos.
O que se via era um local com as características do abandono e invasão: paredes descascadas, mato, móveis quebrados, sujeira e instalações danificadas. Cenário bem diferente do observado pela reportagem na última semana.
O casarão está com cor nova e teve restauro em detalhes importantes, como janelas, telhado, chão, azulejos e acabamentos. As obras mudaram até a paisagem na Oswaldo Hesse, que ganhou mais vida — e um respiro para a própria história.
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Egon Belz
Nascido em 1931, o blumenauense Egon Belz deixou um legado de obras em Blumenau, como o Ginásio Galegão. Ele executaria também os projetos do Parque das Itoupavas e a Igreja de Santa Teresinha, mas morreu antes disso.
Belz estudou em São Paulo por anos e quando voltou a Blumenau procurou disseminar as ideias arquitetônicas modernas que carregava. No escritório que fundou, comandou trabalhos nas áreas esportiva, residencial, fabril, escolar, eclesiástica, rural, entre outras. Foi professor da Furb entre os anos de 1996 e 2006.
O arquiteto também era apaixonado por esportes e foi atleta de várias modalidades, com destaque no atletismo e no voleibol, representando Blumenau nos Jogos Abertos de Santa Catarina e ganhando medalhas em competições.
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