Um dos antigos casarões da Rua Oswaldo Hesse, no bairro Ribeirão Fresco, em Blumenau, deve ser demolido, exigiu a prefeitura. A notificação foi emitida depois que denúncias levaram servidores a fazer uma vistoria no local. Devido ao mau estado de conservação e risco de colapso, a solução apontada pelos técnicos foi pela remoção da estrutura.
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O número 61 grudado do lado de fora da parede do imóvel é um dos poucos detalhes que não foi destruído por vândalos ou pela ação do tempo. Castigada, a residência de dois andares está com a cobertura, janelas, tijolos e até o chão comprometidos (veja nas fotos abaixo). O lixo espalhado no espaço dá indícios também da presença de usuários de drogas no local.
A falta de segurança teria sido um dos principais motivos das denúncias feitas à prefeitura, acredita a advogada Tuani Ayres Paulo. Ela representa parte dos herdeiros no processo do inventário da casa e conta que um imbróglio tem travado a questão da demolição. De um lado, ela já havia manifestado o interesse que parte dos envolvidos tem em derrubar a estrutura antes mesmo da prefeitura fazer a exigência.
De outro, nem todos os herdeiros assinaram o documento necessário para que isso seja feito, o que tem impossibilitado o avanço da questão, explica ainda Tuani. Agora, correndo risco de pagar multa de mais de R$ 5 mil se a notificação não for cumprida, a advogada tenta encontrar judicialmente alguma forma de resolver o impasse.
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A casa pertenceu aos avós da profissional, que deixaram sete filhos. Parte deles já faleceu e a herança ficou para alguns dos netos. O último morador, um dos filhos do casal proprietário, deixou o espaço durante a pandemia, justamente pela falta de segurança e pelas condições do imóvel, que teria sido construído no começo dos anos 1940.
Além dessa, não há muitas informações sobre a história da casa, já que não foram encontrados detalhes no acervo público do município. Sabe-se que ela é um dos casarões que constam em uma extensa lista de locais que no futuro poderiam ser estudados como passíveis de tombamento. No entanto, não há qualquer indicativo para que isso ocorra, conforme informações da Secretaria de Planejamento Urbano.
Por estar em uma área baixa da cota de enchente e perto do rio, uma nova construção se torna inviável no local. Sem expectativa de retorno financeiro para os herdeiros, o casarão de arquitetura alemã ficou à mercê da ação do tempo e de vândalos.
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