O abastecimento de água está comprometido desde a última quarta-feira na região da Grande Florianópolis. Apesar disso, a Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) alega que o abastecimento não deixou de ser feito em nenhum momento. Segundo a companhia, o serviço só ficou mais lento. Por conta deste problema, a parte alta de bairros como Sambaqui, Santo Antônio de Lisboa, Cacupé, Monte Verde, João Paulo, Itacorubi, Carvoeira e Agronômica, na Capital, chegaram a ficar completamente sem água. São José, Biguaçu e Palhoça também chegaram a ser afetados.

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Isso porque, segundo o Diretor de Operação e Meio Ambiente da Casan, Valter Gallina, a chuva e o vento que atingiram a região de captação do sistema integrado, no Morro dos Quadros, em Palhoça, causou uma alteração na cor da água bruta captada, comprometendo o abastecimento da região da Grande Florianópolis.

De acordo com a Epagri/Ciram – órgão que monitora as condições meteorológicas no Estado -, o início da semana passada não apresentou um volume significativo de chuva – o máximo foi 16,4 mm na terça-feira, dia seis. Segundo Gallina, porém, não precisa chover muito. Basta o vento forte para arrastar folhas, areia e terra, causando este comprometimento.

Com o sistema que a companhia trabalha atualmente, a água mais afetada por essas impurezas demora para ser decantada e filtrada, reduzindo o fluxo enviado para as adutoras. De acordo com o diretor, este é um problema recorrente, mas que nunca conseguiu verba para ser solucionado.

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Agora, uma parceria com o governo federal via PAC 2 e financiamento da Caixa Federal, garantiu o repasse de mais de R$ 13 milhões. As obras de ampliação e melhoria da Estação de Tratamento de Água (ETA) do Morro dos Quadros já estão em fase inicial.

Esses trabalhos incluem a construção de floculador, decantador e de sistema de tratamento de efluentes, além da ampliação da capacidade de tratamento de água de 2 mil para 3 mil litros por segundo. A construção do sistema de tratamento de efluentes da ETA permitirá a redução dos impactos ambientais e o reuso da água residual na própria estação.

O período de execução da obra é de 18 meses. Até lá, a população deve continuar refém desses impactos ambientais que podem voltar a prejudicar o abastecimento.

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Situação pode piorar no verão

Sem a redução do fluxo enviado para as adutoras, muitos locais da Grande Florianópolis têm o consumo comprometido no verão. Caso aconteça uma situação como a de agora, na temporada, é provável que a normalização do sistema demore ainda mais.

Para evitar isso, a Casan pretende repetir um procedimento usado no ano passado. A companhia deve colocar ETAs móveis em alguns bairros em que o consumo aumenta consideravelmente agilizando a distribuição de água.

Problemas também no atendimento

Moradores das áreas afetadas pela falta de água reclamam porque a Casan não teria avisado com antecedência, além de atender mal quem liga para a companhia buscando solução.

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Em nota, a Casan reafirma que foi emitido comunicado prévio na semana passada alertando para o problema. Para cada problema identificado pelo atendimento, a companhia explica ter um prazo para resolvê-lo e que, quem ligar pedindo algum serviço, tem que esperar a conclusão do atendimento para que ele seja registrado e gere o protocolo.