Com a proximidade da temporada de verão e a expectativa de mais um período com lotação máxima no Litoral Catarinense, a população volta os olhos para o abastecimento de água e energia, além do tratamento de esgoto, em Santa Catarina. Isso porque, apesar de no último começo de ano não terem ocorrido problemas de grandes proporções nestas áreas, o histórico é desfavorável. Na temporada de 2013/2014, por exemplo, o Litoral sofreu com problemas de abastecimento de água e luz. Em 2016, o saneamento básico marcou o verão no Norte da Ilha com problemas de poluição no Rio do Braz, em Canasvieiras.
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Nesta terça-feira, o presidente da Celesc, Cleverson Siewert, e o presidente da Casan, Walter Gallina, estiveram na rádio CBN Diário para falar sobre a estratégia das duas companhias para os próximos meses. Na entrevista, ambos garantiram que foram feitos investimentos para evitar colapsos nas redes de abastecimento:
— Desde 2013 viemos nos preparando mais para enfrentar essas situações. Nossos números de 2013 para agora melhoraram significativamente, mostra que o que estamos fazendo vem dando resultado. O objetivo esse ano foi repetir o que viemos fazendo nos últimos anos e isso passa por três frentes. Em investimentos foram cerca de R$ 340 milhões em obras em alta tensão, linhas e subestações, assim como também média e baixa tensão, e troca de cabo nu por cabo protegido para que quando bata alguma coisa no sistema a rede não caia. Depois, fizemos manutenção no sistema. E, se ainda assim tiver desligamento, reforçamos a equipe para religar de forma mais rápida — destacou Siewert.
Para Gallina, o investimento da Casan em dois anos vai ajudar para que essa temporada repita a última, em que não houve registros de falta de água em grande quantidade:
— Há 32 meses não falta água no litoral catarinense e, podem creer, não foi milagre. Foi muito investimento e trabalho. Investimos R$ 360 milhões nesses dois últimos anos, foram 48 milhões de reais em 2017. Vamos trabalhar no mesmo planejamento dos dois verões passados, quando não faltou água. Obviamente que vai faltar água em situações pontuais, principalmente em rompimento de rede. Isso acontece 120 vezes por dia em Florianópolis e mais de 1000 em SC. Aumentamos substancialmente as equipes de rua, contratamos e terceirizamos em todo o litoral, quintuplicamos o número de pessoas, terá resposta mais imediata.
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Em relação ao saneamento no Norte da Ilha, o presidente da companhia diz que as ações feitas pela Casan vão despoluir o Rio do Braz em até dois anos. Segundo ele, as exigências feitas pelo Ministério Público Federal e pela Justiça Federal, que condenou a empresa a fazer ações na região do Braz e do Rio Papaquara, já estão finalizadas. Para evitar problemas parecidos, foram instalados geradores em todas as 74 estações elevatórias de esgoto da Ilha, responsáveis por captar o esgoto e enviar para a estação de tratamento. Em 2016, o equipamento do Rio do Braz ficou sem luz e despejou todos os dejetos no mar.
— No verão passado já não tivemos problemas de saneamento e de água. Todos achavam impossível a resolução do problema do Rio do Braz, mas nós resolvemos, e o rio vai ficar completamente despoluído, é uma ação primordial e estamos fazendo em todos os locais. Tudo o que eles (MPF e Justiça) nos pediram, nós tínhamos executado e é o que estamos informando agora.
Reforços nas equipes da Celesc para enfrentar quedas por chuva
Segundo dados da Celesc, 35% das vezes que o abastecimento de energia é interrompido em Santa Catarina o motivo é a vegetação que bate na rede. Por isso, a companhia diz ter reforçado as equipes para reação ao problema, além de substituir parte dos cabos por peças mais resistentes:
— Intensificamos as podas nas árvores, o que permitiu a gente melhorar os indicadores. Segundo, trocamos os cabos nus por cabos protegidos. Quando tiver qualquer contato com a rede são duas atuações. Foram 450km de cabos trocados, o que permite que possamos ter melhoria significativa no Estado todo e nas regiões que temos dificuldade com o meio ambiente — detalha Siewert.
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Promessas de garantia de abastecimento das duas companhias
“A gente nunca pode garantir que não vai faltar energia porque estamos suscetíveis a intempéries, mas atuamos ao longo do ano para ter o mesmo tipo de resultado que tivemos nos últimos três, quatro anos. Esse é o compromisso da companhia”.
Cleverson Siewert, presidente da Celesc
“Temos a convicção que vamos passar uma temporada segura, porém, obviamente é bom que a população entenda, será um período com consumo extremamente elevado. Os rompimentos de rede são normais, no inverno também ocorrem. Aumentamos substancialmente a água tratada e distribuída com 20%. Teremos também muitas equipes na rua, qualquer problema podemos descarregar as ações”.
Walter Gallina, presidente da Casan
Ouça a entrevista dos presidentes da Casan e da Celesc na íntegra: