O casal preso em flagrante pelo sequestro de uma menina de 4 anos em Palhoça, na Grande Florianópolis, já havia abordado outras famílias com crianças na mesma região. Até o início da tarde desta segunda-feira (21), mais de quatro famílias procuraram a polícia para relatar tentativas de aproximação dos suspeitos com seus filhos. A informação é da Diretora de Polícia Civil da Grande Florianópolis, Eliane Chaves.

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Conforme a delegada, famílias de Florianópolis, São José e Palhoça reconheceram o casal por imagens divulgadas nas redes sociais nas últimas 24 horas. Os relatos dos pais são de que os sequestradores primeiro interagiam com os adultos para depois se aproximar dos menores.

– Diversas famílias estão procurando a polícia dizendo que já tiveram algum contato com o casal. Tem relatos que (os suspeitos) falavam que eram professores, convidavam a criança pra ir à praia. Eles chegavam, tomavam a confiança dos pais pra se aproximar da criança – contou a delegada à NSC TV.

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Responsável pela investigação, o delegado Fábio Pereira disse que a equipe de investigação está “em cima” do caso, mas ainda não conseguiu detalhes sobre a motivação dos criminosos.

Apesar de não abrir detalhes sobre o caso, o delegado diz que não descarta a hipótese do casal já ter sequestrado outras crianças:

– Se eles realmente fizeram outro fato semelhante? A hipótese não é descartada.

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A investigação, que ainda não descobriu o que motivou o sequestro, deve ser concluída em até 10 dias. Até lá, a polícia trabalha com uma série de hipóteses, o que inclui rituais com sacrifícios humanos e tráfico de pessoas. 

O casal, natural de Santiago, no Rio Grande do Sul, segue preso. Eles moram em Santa Catarina há cerca de quatro anos. Ambos residiam no Norte da Ilha de Santa Catarina, onde foram encontrados no domingo (20) com a menina sequestrada. O homem tem passagens policiais por violência doméstica, mas nunca havia sido preso até então. 

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O que já se sabe sobre o sequestro

À polícia, a mãe da menina sequestrada contou que também já tinha visto os suspeitos antes de ter a casa invadida e ser agredida com um pedaço de ferro na cabeça na noite da última sexta-feira (18). O primeiro contato, segundo ela, teria sido bastante suspeito: 

– Isso vai ser confirmado pelas investigações, mas pelo relato da mãe, há cerca de 10 dias um casal com as mesmas características e com um veículo também com as mesmas características, esteve na rua. A criança estava brincando e eles convidaram (a menina) pra sair. Foi o momento que a menina chorou e a mãe interveio, e eles disseram que iam levar pra comprar doce, mas a mãe não deixou. Foi aí que ela teria visto esse casal pela primeira vez – diz a delegada, Eliane Chaves.

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Após o primeiro episódio, o casal teria esperado alguns dias para uma nova aproximação, mas não desistiu de levar a menina. Conforme a delegada, os suspeitos teriam entrado em contato com a mãe da criança através das redes sociais no mesmo dia em que ocorreu o sequestro:

– A criança usava remédios e a mãe tem uma situação financeira bem precária, então pedia ajuda nas redes sociais e costumava receber ajuda de pessoas boas, de pessoas bem intencionadas. 

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Na última sexta-feira, a mãe da menina sequestrada recebeu um contato de uma pessoa que disse que levaria uma cesta básica até a casa dela. Logo depois, foi atacada e teve a filha levada de sua casa. 

No domingo, após ação da Polícia Civil, a mãe reencontrou a filha. Ainda tinha um curativo na cabeça e se recuperava dos ferimentos causados pelos golpes desferidos pelos sequestradores. A menina sequestrada não sofreu ferimentos.

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