A espera por um lar terminou de forma feliz para o casal que estava morando em uma barraca montada embaixo de um ponto de ônibus em Joinville. Liomar Gonçalves veio a pé até Joinville depois de deixar as pressas a casa onde morava, em Guaratuba (PR), conheceu o companheiro Alcir na rua, e, por semanas os dois ficaram em um abrigo improvisado na avenida Santos Dumont, zona Leste da cidade. Isto até que um grupo de amigos joinvilenses decidiu se unir e ajudá-los a sair dali.
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A situação de dificuldade de dona Lia começou depois que uma das filhas dela se envolveu com drogas e, devido a uma dívida adquirida há alguns meses traficantes bateram à porta da casa da família há cerca de um ano. "Eles falaram assim: a Ariana está devendo para nós R$ 250 e eu disse, mas não tenho essa quantia, não tenho nem dez reais. Eles disseram: não me interessa. A senhora vai ter que sair. Eles invadiram e eu tive que sair" — contou ao AN.
Casal mora em ponto de ônibus de Joinville
Ela então veio a pé para Joinville, onde conheceu o atual companheiro. Sem ter onde ficar, eles decidiram montar a barraca e, enquanto ela cuidava das poucas coisas do casal no ponto de ônibus, o marido recolhia materiais recicláveis para juntar dinheiro e conseguir comida. A história de Lia e Alcir sensibilizou Rodrigo Schereder Duarte, que mobilizou um grupo de amigos na tentativa de transformar a vida do casal.
— Nós divulgamentos nas redes sociais (a história), para nos unirmos e conseguirmos arrecadações para auxiliá-los de alguma forma — explica Rodrigo, sobre a mobilização.
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Eles então foram acolhidos na casa de uma família de Joinville, local em que ganharam o próprio espaço, cama confortável e segurança.
— Agora está bom demais, sem palavras em vista do que a gente passou naquele lugar — fala Alcir Siqueira da Luz, sobre a sensação de proteção.

Vida nova
Os voluntários permanecem em busca da documentação do casal e também os ajudam na procura de emprego.
— A ideia é que essa ajuda seja um ponta-pé inicial para um a nova vida, que eles possam caminhar — daqui para a frente — com as próprias pernas e possam conquistar os seus objetivos — diz Rodrigo.
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— Eu quero trabalhar para conseguir um lugar para mim, nem que seja alugado, até conseguir alguma coisa a mais depois — reforça Alcir.
Enquanto tudo se transforma a partir da solidariedade, o casal celebra os motivos para recomeçar a vida, exibindo largos sorrisos no rosto.
— Acho que tudo o que eu pedir para que Deus dê de bom para eles, não vai chegar. Nem que eu dê uns três "pacotões de agradecimento" não será o suficiente, tem que ser muito mais — completa dona Lia, agradecida com o gesto dos novos amigos.