O casal Edilene Vigatti, 34 anos, e Sandro Vigatti, 39 anos, levava na motocicleta boas histórias da tarde de sábado. Ela, funcionária da Unimed em Joinville, havia participado da festa junina da empresa. Lá, segundo os amigos, a analista assistencial passou boa parte do tempo fazendo algo que tinha bastante aptidão: decoração e pintura. Passou a tarde deixando sua marca no rosto das crianças. Ele tirou o dia para participar de um projeto de igreja e trocar os pisos da escola Maria Amin Ghanem, no bairro Aventureiro, onde a filha Julia, de dez anos, estuda.
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Não deu tempo de o casal conversar sobre o dia dedicado ao voluntariado. Quando estavam voltando para casa, por volta das 22 horas, a motocicleta em que eles estavam foi atingida por um veículo Volkswagem Parati. O acidente ocorreu na altura do número 4.231 da avenida Santos Dumont, no bairro Jardim Sofia.
De acordo com a Polícia Militar, a Parati teria forçado a ultrapassagem em um Mitsubishi Pajero, batendo de frente com a motocicleta, que seguia no sentido Centro-bairro. O casal foi arremessado para longe do veículo e morreu no local. A moto foi consumida pelas chamas após a colisão. O motorista da Parati abandonou o veículo no local e fugiu a pé. Ainda segundo a PM, foram encontradas latas de cerveja no interior no veículo e o condutor não foi localizado até a tarde deste domingo.
Os corpos do casal foram encaminhados ao IML de Joinville e devem ser liberados na noite de domingo, já que os familiares de Edilene moram em São Paulo e Nordeste e devem chegar a Joinville no início da noite.
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Edilene e Sandro Vigatti na frente da igreja onde frequentavam. Foto: Arquivo Pessoal
Vida de dedicação à igreja e amor ao próximo
Sandro e Edilene eram conhecidos por sempre estarem dispostos a ajudar a comunidade. Segundo Marcos Paulo Bukowski, concunhado de Sandro, os dois eram bastante ativos em projetos da igreja. Sandro atuava como secretário da presidência e participava de projetos externos, como o último que realizou no sábado. Edilene cuidava de tudo que envolvia arte e pintura. Amigo do casal, Alceu Vital Lopes, não se conforma com o acidente.
– Sempre que encontrava o Sandro, dizia que se pudesse escolher, ele seria meu irmão. Não precisava pedir, ele sempre vinha oferecer. Como sou cadeirante, era o primeiro que chegava para me ajudar a sair do carro. Era um líder itinerante, onde estivesse, procurava ajudar as pessoas. Jamais será esquecido.
Muito emocionado, Lopes disse que recebeu o último recado do amigo às 20h15 de sábado, horas antes do acidente.
– Ele ainda me pediu desculpas por não ter conseguido vir ajudar a lavar meu carro. Vou sentir falta de seu sorriso, sua alegria e conversa sadia. Hoje é o pior dia da minha vida.
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Segundo a família, a filha do casal permanece sob os cuidados da avó. O velório deve ocorrer a partir da madrugada desta segunda-feira, na Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias do bairro Iririú.