O publicitário Eme Viegas e a tradutora Jaque Barbosa tornaram-se referência brasileira no nomadismo digital. Famosos nas redes sociais pelos sites Hypeness e Casal Sem Vergonha, eles primeiro descobriram que podiam viver da criação de conteúdo online.

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Depois, que este tipo de trabalho permitia ir além do home office: se eles não precisavam, necessariamente, ir todos os dias a um escritório no mesmo endereço, mas trabalhar em casa, por que a casa precisava estar todos os dias no mesmo endereço?

Quando começaram a viver sem endereço fixo – eles não vivem na estrada, mas não costumam passar mais do que alguns meses no mesmo lugar – e aprender o “modus operandi” deste estilo de vida, Eme e Jaque decidiram compartilhá-lo com os conterrâneos. Assim, nasceu o site Nômades Digitais e, com ele, cursos online para quem quer desenvolver este projeto de vida.

Confira a entrevista com Eme e Jaque:

Qual é o maior empecilho para as pessoas compreenderem este estilo de vida?

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O maior empecilho está na cabeça das pessoas. As pessoas se boicotam porque cresceram acreditando que somente um modelo de trabalho era possível: aquele fechado dentro do escritório. Por isso, nosso trabalho é mostrar que é mais possível do que as pessoas acreditam. A gente conseguiu, e nós não temos nada de especial: não viemos de família rica, não tivemos apoio, não tínhamos emprego garantido se não desse certo, nada do tipo… A única diferença entre nós e as pessoas que continuam no escritório das 8 às 18 horas é que nós acreditamos no sonho e dedicamos todas as nossas horas do dia e toda a nossa energia pra fazer dar certo. O segredo é sempre a ralação, e pouca gente está disposta a enfrentar isso para realizar seus sonhos.

As pessoas não precisam saber se preparar para ser um nômade digital? Quais são os pontos principais para fazer este projeto dar certo?

Sim. É preciso ter um planejamento, saber para onde está indo, e não largar tudo pro alto como algumas pessoas afirmam. O ideal é ter uma reserva de dinheiro para te sustentar por alguns meses, e também reduzir os custos para conseguir sobreviver aos meses iniciais. Depois, é preciso ter uma ideia bem estruturada para conseguir seguir. Os caminhos que sugerimos para quem quer trabalhar online é: blogueiro profissional, prestador de serviços ou infoprodutor. Temos um curso online que ensina como se tornar um nômade digital, e lá explicamos exatamente como seguir de forma planejada nesses três caminhos.

Vocês acham que este movimento também é motivado porque as pessoas (principalmente as novas gerações) estão aprendendo que podem se desapegar do que é material?

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Não tem nada de errado em querer buscar coisas materiais, o errado está em deixar sua felicidade depender disso. Os nômades digitais não são mochileiros, que se desapegam de tudo, pelo contrário. Por terem uma visão mais à frente do seu tempo, a maioria deles tem um plano para manter seu patrimônio, para não passar dificuldades na aposentadoria, etc. Então, acredito que a essência esteja mais em buscar liberdade geográfica do que de fato se desapegar de seus bens. Nós, por exemplo, temos alguns imóveis, mas os mantemos alugados enquanto viajamos. Quando dá vontade de ficar na nossa casa, ficamos. Mas, quando queremos sair pelo mundo, morar em outro lugar, passar uma temporada fora, fazemos isso. Essa é a grande sacada.

Fontes de inspiração: acompanhe catarinenses que saíram para viver pelo mundo

Vivendo Mundo Afora

Viajantes: Otaviano e Vanessa.

Destino: Dar a volta ao mundo entre 2016 e 2020.

Veículo: Kombi.

Foco: Produzir documentários para manterem-se na estrada enquanto conhecem o mundo e registram os patrimônios da humanidade sob nova perspectiva.

Onde encontrá-los: No site vivendomundoafora.com.br, no Facebook, Youtube, Instagram, Snapchat.

AmorBikeCafé

Viajantes: Acauã e Taline.

Destino: cruzar o continente americano até o Canadá.

Veículo: bicicleta.

Foco: Pedalar até o Canadá enquanto conhecem outras culturas.

Onde encontrá-los: Facebook e Instagram.

Mundo por Terra

Viajantes: Roy e Michelle (foto acima)

Destino: dar a volta ao mundo e passar por todas as latitudes 70º

Veículo: motor home

Foco: Rodaram o planeta em um veículo automotor Land Rover 130 nos anos 2007, 2008 e 2009. Em agosto de 2014, partiram novamente em sua segunda volta ao mundo, agora, com o Projeto Latitude 70, e continuam na estrada.

Onde encontrá-los: No site mundoporterra.com.br, no livro “Mundo por Terra” e no Facebook.

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Viajante: Charles Zimmermann

Destino: Passou por mais de 40 países, o mais recente, na Índia

Veículo: bicicleta

Foco: desde 2004, o jaraguaense começou a fazer viagens pelo mundo de bicicleta, o que resultou na produção de de cinco livros

Onde encontrá-lo: em seu perfil pessoal no Facebook e nos livros “Travessia”, “Nos Confins do Oriente”, “Estrada para o Grande Deserto”, “Terra Estrangeira” e “Deserto Feliz”.