Casal do bairro Estreito comemora 70 anos casamento neste domingo

Em meio aos resquícios da Revolução de 30, a chegada da Coca-Cola no Brasil e o suicídio de Adolf Hitler, Nestor Miguel de Souza e Maura de Castro Souza se casaram em um singela festa somente para os amigos mais próximos. Jovens e cheios de sonhos, ela com 18 anos recém completados e ele aos 23 pensavam em ser felizes para sempre como em um conto de fadas e foi o que realmente aconteceu.

Neste domingo, 7 de abril, o casal comemora 70 anos de casamento com o mesmo olhar apaixonado do dia em que prometeram um ao outro estarem juntos na alegria ou na tristeza, na saúde ou na doença e passaram por tudo isso mesmo. Ela tomou para si o dever de cuidar e criar os cinco filhos, quatro homens e uma mulher, desafio que nos dias de hoje poucas mulheres se arriscam a enfrentar.

Enquanto Maura dava conta da casa, ele cumpria importantes missões no exército, por muitos anos passava semanas longe do lar para estar de prontidão em casos de guerra ou invasões de tropas inimigas em Santa Catarina. Naquela época, sem telefone e muito menos internet, Maura tinha apenas que esperar e esperar para que o marido retornasse bem e o quanto antes possível.

Depois vieram os 16 netos e 14 bisnetos e eles sempre juntos. Há poucos anos perderam um filho, Maura passou a sentir os primeiros sinais da terceira idade aos 87 anos, as dores nas pernas são as que mais a incomodam, mas ela tem Nestor disposto e saudável aos 92 anos para segurar sua mão.

Quando vai à padaria não esquece de trazer um agrado à esposa. Flores para animar Maura costumam vir junto aos pães. Mas e qual o segredo para chegar aos 70 anos de casamento? Nestor tem a resposta na ponta da língua.

– Muita compreensão. Quando há um problema um vai ter sempre que ceder, problemas e desentendimentos todo casal tem, os nossos sempre envolveram a criação dos filhos, mas se já no primeiro problema nenhum ceder aí não dá certo mesmo – diz.

Hoje os dois são um só e o casal tem uma certeza, quando um se for, o outro vai atrás.

– Quando a perna dela dói, a minha doí também, não somos duas pessoas, somos uma – afirma.