Um casal de SC esteve na sexta-feira (7) no mesmo local onde uma rocha se desprendeu e causou a morte de pelo menos sete pessoas em Capitólio (MG) neste sábado (8). Eles ainda se surpreendem em pensar que poderiam estar entre as vítimas, já que quase adiaram o passeio para o mesmo horário do acidente em razão da chuva.

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O dentista Rafael Evaristo Ferreira dos Santos, de 35 anos, e a esposa Karina Roczanski, 28, moram em Indaial e estão em uma viagem de férias com a filha Isis, de nove meses, além de outros quatro parentes.

Na última sexta-feira, Rafael e Karina chegaram aos cânions de Capitólio pela manhã, enquanto os demais integrantes da família ficaram no hotel. A ideia era fazer o passeio no horário das 10 horas – havia outra saída prevista para 15 horas. Como chuviscava, a empresária sugeriu ao marido que deixassem o trajeto de lancha para o dia seguinte.

— Falei bem veementemente para ela que se fosse no outro dia não iria mais porque lá ficava longe do hotel. Foi uma coisa de Deus. A gente ainda não está acreditando porque era para ser a gente — conta.

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Eles ainda saíram do local onde partiriam com a lancha e fizeram outro passeio na Serra da Canastra. Voltaram de tarde para realizar o percurso pelos cânions, inclusive passando no local onde aconteceu o acidente.

A empresa que contrataram para realizar o passeio foi a mesma que teve uma das lanchas atingidas pela rocha. Neste sábado, Rafael entrou em contato com um funcionário que conheceu no dia da viagem e soube que há pessoas da empresa desaparecidas após o acidente.

— Foi no mesmo horário, a equipe era a mesma. A chance de sermos nós era muito grande se tivéssemos adiado — comenta Rafael.

Rafael e Karina antes de sair para o passeio nos cânions de Capitólio
Rafael e Karina antes de sair para o passeio nos cânions de Capitólio (Foto: Rafael Evaristo, Arquivo Pessoal)

Destino tradicional para passeios na região

O casal não conhecia Capitólio (MG) antes da viagem e permaneceu três dias na cidade para fazer os passeios. A família saiu de carro de SC, o que facilitou o transporte entre os pontos turísticos da região. Para Rafael, os cânios foram uma experiência única.

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— Foi o passeio mais incrível da minha vida. Por ser uma água transparente, dá para ver até os peixes e as pedras do fundo — detalha. 

O dentista conta que o local onde a rocha caiu fica no início do passeio. É um espaço em que as lanchas param para que os turistas tirem fotos das cachoeiras. Segundo ele, as embarcações ficam com músicas em volume alto para divertir as pessoas.

Além das empresas especializadas nos passeios, os hoteis da região têm píer com lanchas próprias para realizar as viagens pelos cânions. Por isso, muitas embarcações fazem o trajeto diariamente, conta Rafael.

Oito mortes e dois desaparecidos

Na manhã deste domingo (9), o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais confirmou a oitava morte da tragédia. Três vítimas continuam internadas em hospitais da região e outras 27 já foram atendidas e liberadas das unidades de saúde. As buscas continuam para encontrar outras duas pessoas que estão desaparecidas.

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