O casal australiano que vive no centro de um escândalo envolvendo uma mãe de aluguel tailandesa negou neste domingo ter abandonado um dos gêmeos porque o bebê é portador da síndrome de Down. Além disso, em entrevista ao Channel Nine, disseram que lutarão para ter a criança de volta.

Continua depois da publicidade

Foi a primeira entrevista do casal desde o escândalo surgido com a revelação de que eles abandonaram o bebê na Tailândia com a mãe de aluguel, Pattaramon Chanbua, de 21 anos, e levaram apenas sua irmã gêmea, Pipah, para casa.

David Farnell, de 56 anos, condenado por abuso sexual de crianças e pai biológico do bebê, Gammy, disse que ele e a mulher, Wendy, queriam ter trazido a criança consigo. O casal alegou que Pattaramon queria ficar com a menina, e disse que deixou a Tailândia sem Gammy por medo de perder também sua irmã gêmea.

Leia todas as notícias de Zero Hora

Leia todas as notícias sobre mundo

Continua depois da publicidade

Os Farnells, da cidade australiana de Bunbury, contaram anteriormente terem sido informados de que Gammy tinha um problema cardíaco – e não síndrome de Down – e que, segundo os médicos, não sobreviveria.

Gammy, hoje com 7 meses, foi considerado por especialistas livre de problemas cardíacos, informou na sexta-feira uma instituição de caridade australiana que arrecadou mais de US$ 240 mil dólares para a criança. A Hands Across the Water disse que o menino recebeu alta do hospital, onde tratou uma infecção pulmonar, e estava morando em Bangcoc com a família.

Segundo David Farnell, Pattharamon disse que se o casal tentasse levar o menino, ela chamaria a polícia e levaria a menina, ficando com os dois bebês.

Pattaramon contou que aceitou ser mãe de aluguel em troca de US$ 14,9 mil. Uma agência, cujo nome ela não revelou por motivos legais, agiu como intermediária.

Continua depois da publicidade

A jovem disse que os Farnells pediram que ela fizesse um aborto – ilegal na Tailândia – quando exames médicos confirmaram que o bebê tinha síndrome de Down, mas que recusou a sugestão.

– Porque ele tem uma deficiência, e isso é triste. E seria difícil. Não impossível, mas difícil.

– Estávamos tentando, na Austrália, garantir que Pipah estivesse a salvo, e que ninguém tentaria tirá-la de nós – justificou, explicando que, por ter nascido na Tailândia, ela ainda não era legalmente australiana.

– Quando tivermos certeza de que ela está segura conosco, poderemos tentar ter o menino de volta.

Continua depois da publicidade

A declaração foi feita no momento em que Canberra pediu à Tailândia um período de transição antes de banir a prática da barriga de aluguel comercial, para proteger acordos anteriores feitos por australianos. O governo tailandês propôs um controle mais rigoroso da prática, após o escândalo envolvendo Gammy.