Nesta segunda-feira (07) foi aberta ao público a “Casa Vida” um local de passagem para pacientes de cidades próximas que necessitam de tratamento no Hospital Regional de São José na Grande Florianópolis. O serviço é gratuito e contempla também um acompanhante. É destinado a pessoas de outros municípios que não tem condições de arcar com os custos da estadia durante os tratamentos médicos na instituição. Para se tornar usuário a pessoa deverá fazer um cadastro com a assistente social do hospital. É preciso apresentar cópias do RG, CPF, comprovante de residência e também o atestado médico com o Código Internacional da Doença (CID).
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A Casa Vida possui 10 leitos e oferece quatro refeições diárias, local para banho, suporte psicológico e auxílios materiais, como fraldas geriátricas, bolsa de colostomia, medicamentos, cestas básicas, entre outros.
De acordo com o coordenador da Organização não governamental (ONG), José Bittencourt, a escolha pelo município de São José como o primeiro para iniciar os trabalhos fora do Rio Grande do Sul, se deu pela alta demanda de moradores outros municípios da Grande Florianópolis e até mesmo de outras regiões do Estado pelos serviços prestados no hospital.
— Fizemos uma análise em Chapecó e aqui em São José, onde percebemos que a demanda seria bem maior. A nossa estimativa é que a necessidade dos pacientes é no mínimo oito vezes maior do que os 10 leitos que podemos oferecer neste primeiro momento — afirma Bittencourt
Esta primeira unidade em Santa Catarina fica na Rua Dr. Constâncio Krumell, 1257, a apenas 800 metros de distância do Hospital Regional.
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José tem uma vivência pessoal que lhe permite entender perfeitamente os desafios enfrentados por aqueles que precisam lidar com a distância do lar durante tratamentos médicos. Há 20 anos o pai de José necessita de sessões de hemodiálise semanais, pois os dois rins pararam de funcionar. Naturais de Pedro Osório, no Rio Grande do Sul, o tratamento mais próximo estava em Pelotas. A distância percorrida era de 120 km por dia para ir e voltar, muitas vezes com o pai debilitado pela terapia.
— Além da hemodiálise em Pelotas, meu pai fez dois transplantes de rim em Porto Alegre, ambos com rejeição do órgão. Chegamos a ficar 120 dias dentro do hospital com ele, sem referência nenhuma na Capital e a 305 quilômetros de distância da nossa cidade. É uma situação muito difícil que se torna ainda pior quando não se tem para onde ir — conta José
Ele é apenas um dos voluntários que mantém há 10 anos a Ong em funcionamento. A primeira casa foi aberta em Pelotas, hoje são 120 leitos e mais seis unidades em funcionamento no Rio Grande do Sul, nos municípios de Bagé, Rio Grande, Uruguaiana, Passo Fundo, Camaquã e Santa Maria.
— A maioria das pessoas que atuam na Casa Vida são voluntárias, eu por exemplo, sou funcionário público e não recebo nada da instituição para fazer o meu trabalho, porém precisamos ter funcionários para manter as estruturas. É o caso das cozinheiras, psicólogas e assistentes sociais de cada unidade. Além destas temos as operadores de telemarketing, que angariam as doações — diz José
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Atendimento a comunidade depende de doações
A estimativa é que oitava unidade, em São José, necessite de 25 mil reais por mês para manter a estrutura em funcionamento, para isso eles contam com o apoio da comunidade. Dentro da Casa de três andares, uma peça é dedicada a angariar doações que podem ser de qualquer valor.
— Nós fazemos campanhas em prol dos pacientes, para angariar fundos para medicamentos ou alimentação especial e também para manutenção da casa. Nós ligamos, explicamos o funcionamento da organização e pedimos uma colaboração. O motoboy, devidamente identificado, passa no endereço que a pessoa fornece e retira o valor que ela decidiu doar. O doador terá um recibo nosso, com todas as nossas informações fiscais — explica o coordenador
Além deste trabalho também é possível ajudar de outras formas, com trabalhos voluntários ou até mesmo com doações de alimentos, móveis e roupas. Informações sobre isso pelo e-mail casavidasaojosesc@gmail.com ou então no telefone: (48) 3372 5006
Veja a estrutura:



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