Há três anos, Jakub Szczesny, um arquiteto polonês, andava por um gueto judeu em Varsóvia, quando avistou uma estreita área entre um prédio de apartamentos alugados pré-guerra e um condomínio de 11 andares pós-guerra.
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– Eu me apaixonei pelo espaço e decidi construir uma casa no vão entre eles, uma conexão – relatou o profissional.

Foi então que o arquiteto quis fazer uma casa para o escritor israelense Etgar Keret, cuja reputação por produzir uma coletânea de pequenos contos o marcou como alguém acostumado a trabalhar com pequenos parâmetros. Além disso,o autor de raízes polonesas e herança judia mantém uma conexão comovente comVarsóvia.
Foi então que em outubro, após um ano de trâmites burocráticos e desafios de engenharia, a Casa Keret abriu suas portas – ou porta. Com 1,2m na parte mais larga e 71cm na mais estreita, é a casa mais fina do mundo. O design tem estrutura de aço leve, construída de pequenos módulos aparafusados.

– Foi um leque de impossibilidades. Tivemos ataques do coração, um atrás do outro – disse Szczesny sobre o processo.
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Pela lei da Polônia,a Casa Keret é muito pequena para ser considerada uma residência.

Ela foi classificada como instalação de arte, para ser de posse e de administração da Fundação deArte Moderna da Polônia.
Szczesny e Keret vão selecionar artistas para morarem lá por cinco ou sete dias, fazendo do local um palco para iniciativas artísticas.

– Para mim, é como uma metáfora reclamar um lugar na Polônia. Nesse lugar onde mataram nossa família, agora haverá uma casa chamada Casa Keret.Somos do tipo que conquista o espaço – finaliza Szczesny.