“A arte existe porque a vida não basta”. É com esta frase de Ferreira Gullar que as pessoas são recebidas na Casa Iririú, um espaço comunitário, alternativo e independente de criação artística e promoção da cidadania localizado na rua Guaíra. Fundada em 18 de junho de 2011, a Casa Iririú se destaca pela abertura que dá a grupos e coletivos de teatro da cidade, tanto para ensaio quanto para apresentações culturais.
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A Casa é mantida pelo grupo de teatro Canto do Povo, pelo coletivo eLivre, pela contribuição da comunidade e pelo trabalho de voluntários – são cerca de 15. O espaço chegou a ser subsidiado por um projeto de manutenção contemplado pelo Sistema Municipal de Desenvolvimento pela Cultura (Simdec), mas atualmente não conta com nenhum recurso governamental. O espaço, que é alugado, é administrado por meio daquilo que os envolvidos chamam de ¿autogestão¿. Não há empregados, mas cada um tem sua função.
Encontros, palestras, oficinas culturais, cursos, apresentações de teatro, música, dança, cinema, debates sobre temas políticos e sociais, exposições de arte e lançamentos de livros estão entre as atividades realizadas no local. Um dos destaques da Casa Iririú, de acordo com o diretor de teatro Hélio Muniz, é a partilha cultural, evento que reúne artistas que se apresentam e compartilham suas artes. Ao final do evento, também há uma partilha gastronômica.
A casa também oferece oficina de percussão, aula de balé para crianças e capoeira para mulheres e crianças. Algumas atividades são gratuitas, outras têm uma pequena taxa. Segundo Hélio, a Casa Iririú é um espaço para ¿gente interessante e interessada¿.
Um dos interessados é Eduardo de Assis Pereira, de 24 anos, morador do bairro. Ele conheceu a casa em 2012 e hoje integra o coletivo Plateia Livre. Quem também morava no Iririú quando conheceu a casa era o músico Lucas Machado, da banda Fevereiro da Silva. Hoje, ele já não mora mais ali, mas oferece oficinas de percussão no local. Lucas, que também integra o grupo de maracatu Morro do Ouro, entende que a cidade não conta com muitos espaços para fazer música e a Casa Iririú tem se tornado um espaço alternativo para isso.
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– É um lugar de encontro, de amizade – diz Eduardo.
– Tive vontade de fazer algo diferente para a comunidade – explica Lucas, sobre suas oficinas de percussão. Quem também participa das atividades no local é o ator de teatro Norberto Xavier Deschamps, que oferece oficinas de teatro.
Hélio lembra que foi por acaso que a casa foi criada, depois da iniciativa de alguns colegas que queriam um espaço para fazer cultura. Antigamente, ela ficava em outro endereço. Ele espera que as atividades promovidas pela casa possam despertar em Joinville a necessidade da cultura artística.