Casa em que corpos foram encontrados em SC está à venda: “Indo embora do Brasil”, diz anúncio

A casa em que dois corpos foram encontrados no último sábado (20), em Balneário Barra do Sul, está à venda na OLX. A publicação foi feita no site no dia 8 de maio pelo valor de R$ 65 mil e, na descrição, o autor do anúncio diz que está vendendo “barato” e que aceita “carro como parte do pagamento ou moto”.

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Cemitério clandestino com corpos esquartejados e cachorro decapitado é encontrado em SC

As vítimas foram esquartejadas e enterradas aos fundos do terreno à venda, em uma cova cavada dentro de um imóvel ainda em construção. Ao lado dos cadáveres ainda tinha um cachorro de pequeno porte que, segundo a Polícia Civil, estava com o pescoço quebrado.

No classificado, o autor ainda cita que o lugar fica a 10 minutos a pé do Centro da cidade do Norte catarinense, perto de farmácia e que pertence à família há mais de 30 anos. Além disso, afirma que o motivo da venda seria porque os familiares estão de saída do país.

“Lugar bom pra quem quer descansar, perto de delegacia […]. Vizinhos permanentes, não tem perigo de roubo… Motivo da venda estamos indo embora do Brasil”, destaca o anúncio.

Ainda no sábado, um homem, de 42 anos, que estava no local foi preso suspeito de crime homicídio e ocultação de cadáver. Vizinhos alegaram aos policiais que a casa é da mãe dele, mas que ele morava no imóvel há cerca de seis meses. O anúncio da venda, inclusive, fundamentou o pedido de prisão preventiva do morador e de busca e apreensão. No momento em que foi detido, aliás, ele mostrava a casa para possíveis compradores.

O que se sabe sobre o caso

Os cadáveres foram encontrados após a denúncia de uma testemunha. Na tarde de segunda-feira (22), a Polícia Científica confirmou que os corpos pertencem a duas mulheres, de 49 e 61 anos, que estavam desaparecidas desde o fim de março.

Mulheres desaparecidas são vítimas de esquartejamento em SC, confirma perícia

De acordo com Francislaine Rosa Chagas Francisco Nerling, agente da Polícia Civil que acompanha o caso, partes dos corpos esquartejados estavam em decomposição e outras preservadas. Por isso, ainda não é possível saber há quanto tempo estavam no cemitério clandestino.

— Segundo informações que constam na delegacia, essas mulheres já estão desaparecidas há mais de um mês, mas o boletim de ocorrência só foi registrado há pouco mais de uma semana, porque os familiares tiveram informações do desaparecimento somente naquela semana — destaca a agente policial.

Agora, as investigações continuam a fim de saber a motivação do crime. Conforme o que foi apurado até o momento, as vítimas e o suspeito dos assassinatos não têm grau de parentesco e nem “amizade íntima”, mas tudo indica de que elas o conheciam, já que teriam ido ao endereço por conta própria.

— Existe a informação de que elas foram espontaneamente para o local na companhia dele e lá teriam sido mortas, esquartejadas e enterradas. Existe a informação também que antes de terem sido mortas, elas teriam sido dopadas com medicação e álcool — informa Francislaine.

O local do crime já foi periciado no sábado, mas a polícia ainda deve ouvir testemunhas durante esta semana e analisar aparelhos telefônicos que foram encontrados no local do crime, além de objetos cortantes que foram localizados sujos de sangue.

Tanto as vítimas quanto o suspeito do crime não possuem antecedentes criminais em Santa Catarina. Mas, segundo a delegada Tânia Harada, da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Joinville, o homem é natural do Paraná e tem passagens policiais naquele Estado por “crimes de menor potencial”, como ameaça, injúria e lesão corporal.

Ainda conforme Tânia, quando questionado, o investigado da casa negou o crime.

— Uma característica que chamou bastante a atenção é que ele permaneceu calmo, disse que não tinha nada a ver com isso e nem sabia como os corpos teriam parado lá [aos fundos do terreno] — conta a delegada.

Veja fotos de onde os corpos foram encontrados