A família mora num bairro mais próximo do Centro, mas gosta muito da praia da Daniela, em Florianópolis, onde tem uma residência para curtir as férias e passar os finais de semana, principalmente durante a temporada de verão, quando a casa ainda serve de parador para muitos parentes dos proprietários – um casal com dois filhos – que vêm de outras cidades do Estado.

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Para atender ao programa de necessidades do casal, que um dia pretende mudar-se de vez para a praia, os arquitetos Marila Filártiga e Beto Gebara partiram de uma exigência: a casa teria que ter cinco suítes, justamente para receber os familiares dos donos com todo conforto. O escritório Gebara & Filártiga assinou o projeto arquitetônico e a execução da obra.

O estilo da casa de praia foi definido a partir dos desejos distintos, porém bastante claros, de cada um do casal.

– Um queria uma casa mais sofisticada, mas sem traços muito contemporâneos; o outro algo bem rústico, mas sem parecer simples demais. A partir daí, desenvolvemos o volume da arquitetura em conjunto com a planta, já tendo boa parte dos materiais definidos – diz Marila.

Nessa linha, nota-se a presença marcante do tijolo de demolição, que os arquitetos foram buscar junto com o proprietário em Tijucas, e o uso da madeira em peças bem destacadas, algumas delas escolhidas pelo cliente durante suas viagens a trabalho por todo o Brasil. Os tacos da escada de demolição são da casa do bisavô do dono.

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Segundo Marila, a escolha das cores da fachada também estavam bem definidas desde o começo do projeto. A cor barro das telhas é o elemento de interseção dos dois estilos desejados pelo casal, uma vez que harmoniza com ambos. Nos fundos da residência fica a área de festas, que foi montada quase que totalmente por conta das solicitações do proprietário, com exceção do piso que é uma continuidade do usado no resto da casa, porém em textura diferente e formato menor. O espaço reúne fogão à lenha, churrasqueira, forno de pizza e uma grande mesa em madeira feita pelo dono da casa com madeira trazida por ele mesmo.

No gradil que cerca a casa a ideia era não fechar muito e também não carregar demais com algum material que brigasse com o volume da arquitetura.

As esquadrias em madeira seguem a linha da arquitetura contemporânea e têm folhas em veneziana sanfonadas na parte externa e folhas em vidro na parte interna. Desse modo o usuário pode controlar a entrada de luz e ventilação da maneira que desejar

Foto: Lio Simas/Estúdio L

A escada é revestida com taco em madeira maciça, herança da família, pois era o piso da casa do avô do proprietário. Com desenho aleatório mesclando tonalidades de madeira peroba e canela, a escada resulta em um ponto forte da casa, valorizada pela iluminação natural e pelo guarda-corpo desenhado pelos arquitetos em ferro galvanizado Foto:Lio Simas/Estúdio L

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A área de lazer da casa teve como conceito geral ser um espaço aconchegante e funcional. O pé direito alto foi valorizado com o madeiramento do telhado aparente. Tem fogão à lenha de tijolos de demolição, churrasqueira e forno de pizza. A bancada traz o ar contemporâneo, em granito marrom absoluto. Os armários têm estrutura em alvenaria, como os das grandes fazendas do interior, e portas em madeira maciça araucária contrapondo com os elementos modernos, como o piso em porcelanato

Foto:Lio Simas/Estúdio L