Uma vila que se prezava na época do Brasil colônia tinha que ter a Casa de Câmara e Cadeia – um símbolo do poder público. Florianópolis teve a sua construída em 1771, quando era Nossa Senhora do Desterro.

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O casarão que fica no Centro da cidade, passou por reformas, perdeu características originais, abrigou a câmara de veradores até 2005, foi até casa do Coelho da Páscoa. Interditado há seis anos, teve nesta quarta-feira um convênio assinado para restaurá-lo e transformá-lo em um museu.

No valor de R$ 6,5 milhões, a obra terá início até em abril do ano que vem. Antes, haverá o processo licitatório que começa em janeiro. A ideia é que em 2016, quando Florianópolis completa 290 anos, o prédio esteja pronto.

Do total de recursos, R$ 4 milhões são federais e já foram repassados à prefeitura pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Outros R$ 2,5 milhões são verbas municipais. Para o museu, que será o primeiro sobre a história da cidade, serão investidos mais R$ 4 milhões. O acervo contará com recursos tecnológicos como os encontrados nos museus da Língua Portuguesa e do Futebol em São Paulo.

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Já o projeto de restauro pretende recuperar também traços da fachada original, que se perderam com as reformas. A superintendente do Iphan em Santa Catarina, Lisiane Nizzola, explica que uma equipe técnica e especializada será usada para isso.

– Vamos conseguir resgatar algumas características. Mas é natural que elas sejam transformadas com o tempo – observa.

Apesar do prédio não ser tombado como patrimônio histórico pelo Iphan, apenas pelo município, Lisiane explicou que a restauração foi um dos projetos escolhidos pelo Instituto porque integra o conjunto arquitetônico histórico do centro da cidade, junto com o Mercado Público, o Museu Victor Meirelles e o Largo da Alfândega e outras construções.

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O casarão de 865,9 metros quadrados está abandonado desde 2007, quando Ministério Público interditou o local. Como o nome sugere, ele abrigou a câmara no piso superior e a cadeia, que ficava no térreo. O secretário de urbanismo, Dalmo Vieira Filho, observa que no país há apenas cerca de 40 Casas de Câmara de Cadeia em pé, como o Museu da Inconfidência, em Ouro Preto (MG).