A Casa Branca reconheceu pela primeira vez nesta quinta-feira que o regime sírio recorreu a seu estoque de armas químicas nos ataques que deixaram até 150 mortos, e afirmou que este desenvolvimento significa que “linhas vermelhas” tinham sido cruzadas.

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A Presidência americana não anunciou, entretanto, uma decisão de armar os rebeldes que combatem as forças do presidente Bashar al-Assad, mencionando um aumento da ajuda não-letal e assegurando que tomará “decisões em (seu) próprio ritmo”.

– Após um exame aprofundado, nossa comunidade de inteligência avalia que o regime Assad usou armas químicas, incluindo o agente nervoso sarin, em pequena escala contra a oposição em diversas ocasiões no ano passado – declarou o vice-conselheiro de segurança nacional Ben Rhodes, em um comunicado da Casa Branca.

-Nossa comunidade de inteligência tem uma confiança elevada nesta avaliação, levando-se em consideração fontes de informação múltiplas e independentes – a respeito, acrescentou Rhodes em um comunicado.

A inteligência estime que entre 100 a 150 pessoas morreram em consequência de ataques com armas químicas na Síria até o momento.

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– Mesmo que o número de vítimas nesses ataques represente apenas uma pequena parcela das perdas em vidas humanas catastróficas na Síria, que chegam a mais de 90 mil mortes, o recurso a armas químicas viola as regras internacionais e cruza claramente as linhas vermelhas que existem há décadas na comunidade internacional – disse.

– O presidente (Obama) afirmou que o recurso a armas químicas mudaria sua equação, e este é o caso – afirmou Rhodes, revelando que “o presidente aumentou o fornecimento da ajuda não-letal à oposição civil, e também autorizou o aumento de nossa ajuda” à direção das operações armadas dos rebeldes.

Rhodes afirmou que a Casa Branca ainda não tinha chegado a uma decisão sobre a imposição de uma zona de exclusão aérea na Síria. O alto funcionário indicou, entretanto, que os Estados Unidos fornecerão um “apoio militar” aos rebeldes sírios, sem mencionar o fornecimento de armas, um passo que Washington se recusava a dar até o momento.

Já o senador republicano John McCain havia anunciado ao Senado americano, alguns minutos antes, que armas seriam fornecidas aos rebeldes, citando “várias fontes confiáveis”, antes de voltar atrás.

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O anúncio americano, nove dias depois de a França ter se declarado certa de uma utilização de armas químicas, é feito no momento em que o aeroporto internacional de Damasco foi alvo nesta quinta de um raro ataque com morteiro efetuado pelos rebeldes, segundo a imprensa oficial.

Em meio às recentes vitórias do Exército sírio sobre os rebeldes, um encontro está previsto para sexta na Turquia entre representantes de países que apoiam a oposição e o chefe do Conselho Militar Supremo do Exército Sírio Livre, Sélim Idriss, para discutir uma “efetivação concreta” da ajuda à rebelião.