Um novo capítulo da tensão entre o governo Barack Obama e a imprensa americana foi aberto com a revelação, feita pela agência Associated Press (AP) e pelo jornal The Washington Post, de que o americano Robert Levinson, desaparecido no Irã em 2007, estava em missão para a CIA, central de espionagem dos Estados Unidos, e não em viagem de negócios como informara a Casa Branca.
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Agente aposentado do FBI, a polícia federal americana, Levinson foi recrutado por uma equipe de analistas da CIA para recolher informações de inteligência, violando as regras da agência, revelaram a agência e o jornal.
O secretário de Estado, John Kerry, disse neste domingo que os EUA não abandonaram Levinson. Entrevistado pelo programa This Week, da rede ABC, Kerry afirmou: – Não houve progresso no sentido de que não o trouxemos de volta, mas sugerir que nós o abandonamos ou que alguém o abandonou é simplesmente incorreto e não ajuda. A AP e o Washington Post revelaram detalhes dos vínculos entre Levinson e a CIA na semana passada.
Na entrevista, Kerry acrescentou
– Eu pessoalmente levantei a questão não apenas no mais alto nível em que estou envolvido mas também por meio de outros intermediários.
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O secretário disse que o caso de Levinson e os de outros dois americanos, o pastor Said Abedini e o ex-marine Amir Hekmati, são uma preocupação permanente:
– Não tivemos nenhum encontro com ninguém que tenha algo a ver com o Irã ou uma abordagem do Irã na qual não tenhamos dito a eles sobre como podemos encontrar não apenas Levinson, mas outros dois americanos sobre os quais estamos profundamente preocupados.
A AP aceitou adiar a publicação da notícia em três ocasiões, diante da alegação do governo americano de que havia pistas promissoras para o regresso de Levinson em segurança. Mas, diante do fracasso dos esforços para encontrar e libertar Levinson, a agência de notícias decidiu divulgar a informação.