O secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, blumenauense que articulou a volta do carvão para os leilões de energia, esteve nesta sexta-feira em Florianópolis, destacando a importância da exploração do minério para o desenvolvimento do país. O secretário negou que a volta do carvão seja pelo risco de racionamento de energia devido à queda nos reservatórios das hidrelétricas. Segundo ele, o minério apenas manterá o equilíbrio do sistema energético.

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A liberação do carvão é interessante para Santa Catarina, que participa com 39% de todo o minério produzido no Brasil. A fonte energética estava fora dos leilões desde 2009, em respeito ao acordo internacional de Copenhague de emissão de gás carbônico. Mas, como explica Zimmermann, o governo federal contratou térmicas no leilão de 2008 que não foram implantadas, o que gerou um crédito para a utilização do carvão agora. A decisão fará com que o Estado triplique sua produção de energia termelétrica.

No encontro com empresários catarinenses do setor energético, na Federação das Indústrias (Fiesc), o secretário explicou que, mesmo com a escassez de chuvas em 2012, o sistema elétrico brasileiro estava em equilíbrio estrutural. O sistema, segundo ele, é hidrotérmico. Quando os reservatórios das hidrelétricas diminuem, entram em cena as termelétricas, restabelecendo a oferta.

De acordo com o Sindicato da Indústria de Carvão de Santa Catarina (Siecesc), o complexo de usinas termelétricas Jorge Lacerda, no Sul do Estado, que normalmente opera com 200 mil toneladas de carvão por mês, está precisando utilizar 250 mil toneladas. O objetivo do leilão do segundo semestre é aumentar a exploração desta fonte energética.

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– Quando o preço da água fica mais alto que o do combustível, você contrata a térmica como energia estrutural – disse Zimmermann.

O secretário também esclareceu que o leilão do tipo A-5 (para usinas que levam cinco anos para serem construídas) não será específico à fonte carbonífera. Também concorrerão projetos em biomassa e hidroeletricidade. Zimmermann reforçou que o leilão será focado no menor preço possível da energia, já que a eletricidade é um insumo importante às indústrias e crucial para a competitividade.