Prisões feitas nessa semana em Santa Catarina trouxeram à tona como empresários aparentemente ficha limpa de Itajaí e Palhoça faziam lavagem de dinheiro para o tráfico de drogas. As investigações da Polícia Civil indicam que um dos métodos envolvia a compra de carros e imóveis milionários pagos em dinheiro vivo, mas que ficavam em nome de terceiros.

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De acordo com o delegado Cláudio Monteiro, da Repressão a Entorpecentes, o personagem central da operação criminosa é um traficante que morava na Grande Florianópolis e está foragido. Ele fornecia cocaína e ecstasy para estados como Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. O dinheiro das transações se tornava “lícito” nas mãos de empresários da construção civil e garagistas.

— Em um episódio, esse traficante mandou dois capangas até uma revenda de carros em Florianópolis com uma mala cheia de dinheiro para comprar um Audi R8, que vale em torno de R$ 2 milhões. Ele andava por aí com esse carro, só que o veículo foi para o nome de quem? De uma revenda de automóveis em Itajaí — diz o investigador.

O delegado conta que o traficante só circulava com carros de luxo. Ostentava Mercedes e Land Rover na garagem, mas tudo registrado como de propriedade da garagem no Litoral Norte de SC. O empresário é um dos três presos na segunda-feira (4) por lavagem de dinheiro e por integrar organização criminosa.

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Outro detido na mesma operação é o dono de uma construtora. As apurações da Polícia Civil indicam que o traficante comprou R$ 7 milhões em imóveis desse empresário de Palhoça, mas que também nunca foram transferidos para o nome do verdadeiro dono.

Os dois episódios são apenas a ponta do iceberg.

— Nós temos informações preliminares de algo em torno de R$ 700 milhões de lavagem de dinheiro — afirma Monteiro.

Desde quando a investigação começou, em 2019, aproximadamente R$ 8 milhões em espécie entre reais e dólares americanos foram encontrados em Florianópolis, em apartamentos de pessoas envolvidas no esquema. Em Balneário Camboriú localizaram mais R$ 900 mil. Carros de luxo, drogas e armas também estão entre o material retirado de circulação.

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