Os moradores do Saco dos Limões que precisam pegar ônibus em um dos pontos da Juan Ganzo Fernandes tem de ficar no meio da rua para esperar o Transcaeira ou a linha que leva o nome do bairro de Florianópolis. Isso porque, na calçada do ponto, dois carros apreendidos pela 2ª Delegacia de Polícia ocupam todo o espaço. Na rua da DP, a professor Adir Faísca, outros nove veículos também estão na mesma situação.
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Tem até uma Fiorino incendiada ali. O carro foi furtado e depois queimado por criminosos. Outro automóvel estacionado na calçada é o Gol preto que foi usado no assalto ao Banco do Brasil do Campeche, em novembro. Há ainda automóveis com vidros quebrados ou abertos, um local perfeito para focos de mosquito da dengue. Tem até mato nascendo embaixo de alguns deles.
— Eu, como usuária do o transporte coletivo de todos os dias, tenho que me virar como dá, é transtorno total. Um dos carros está ali desde junho. É muito descaso do poder público — reclama a moradora Mara Dalila Pereira, 46 anos, que trabalha como secretária em um consultório no Centro.
A 2ª DP tem uma demanda pesada. Atende todo o sul da Ilha mais o Saco dos limões, Costeira, Carvoeira e José Mendes. Mas a delegacia está de recesso. Nesta quinta-feira (05), havia apenas um plantonista. O expediente só volta ao normal no dia 09/01. Mas a reportagem conversou com a delegada do local, Ester Coelho. Ela rebateu as informações da moradora e disse que quando saiu do recesso, em 22 de dezembro, só haviam três veículos lá.
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A delegada explicou que, tão logo os veículos são apreendidos, se tenta buscar o proprietário para entregá-lo. Quando não há possibilidade de entrega, os carros vão para o complexo da Secretaria de Segurança Pública, onde não há problema de lotação. Já as motocicletas ficam no pátio da delegacia. Lá só há espaço para elas.
— Os carros que estão ali são todos são do feriadão, então na segunda-feira a gente normaliza. Quando a PM chega com o guincho, às vezes está cheio aqui, e largam em qualquer lugar. Aí depois a gente não consegue tirar. Nós temos conseguido mandar (para o depósito), mas tem alguns que eles não recebem por estarem aguardando a perícia. Eu não posso mandar um carro sem a identificação correta do chassi — detalha Ester.
Já o comandante da Polícia Civil na Grande Florianópolis, delegado Verdi Furnaletto, garante que esse é um problema pontual da 2ª Delegacia de Polícia e não atinge as demais DPs da Capital.
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Cela não recebe preso desde abril
Está em obras a cela da 2ª DP. Conforme a delegada Ester, ela deve ser concluída ainda em janeiro. Em abril do ano passado, um preso conseguiu cerrar a grade e fugiu da delegacia. Desde então, os detidos em flagrantes ali são levados para a 5ª DP, da Trindade.
— Além de trocar a grade, a gente ainda tinha que arrumar o banheiro. Ele ficava fora da cela, e o policial tinha que levar o preso até o banheiro. Agora com essa obra isso não vai mais ser necessário, vai ser como uma suíte — comparou a delegada.