A polícia faz sua parte: prende suspeitos e apreende veículos usados por eles para cometer delitos ou adquiridos com o dinheiro do crime. O problema é o destino dado a esses automóveis. Enquanto os presos são encaminhados para unidades prisionais, os carros apreendidos muitas vezes deterioram estacionados na rua. Somente entre as ruas Iugoslávia e Islândia, no Bairro das Nações, 20 veículos permanecem estacionados junto ao meio fio. São carros de passeio, táxis e caminhonetes que ocupam pelo menos quatro quadras.
Continua depois da publicidade
A aposentada Iracema Teixeira, 86 anos, mora na rua da DIC de Balneário Camboriú, a Islândia, há nove anos. Desde que a divisão se instalou no endereço a frente do prédio onde ela mora com o filho, passou a ser tomada por carros apreendidos.
– Quando eu chamo a ambulância do convênio para me levar ao médico eles não querem vir porque aqui não tem onde parar – diz.
A revolta pela falta de um local adequado não é só dos moradores. A polícia é obrigada a cuidar dos carros mesmo sem ter responsabilidade sobre eles.
Um BMX X6, por exemplo, está sendo mantido no estacionamento da casa onde funciona a DIC por segurança. Segundo o delegado Osnei Oliveira , a intenção é evitar que algo aconteça com o carro de alto padrão enquanto o inquérito tramita.
Continua depois da publicidade
A responsabilidade sobre os carros passa a ser do judiciário somente quando os casos estão conclusos e os veículos podem ir a leilão. De acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública, somente neste ano foram realizados 50 leilões de veículos apreendidos em todo o Estado.
Mas ainda não existe uma solução padrão para os carros cujos inquéritos não foram concluídos. O ideal, conforme a secretaria, seria que as delegacias regionais formalizassem convênios com as prefeituras para ter onde deixar esses carros.
Conforme o delegado Nitz isso já está sendo viabilizado em Balneário Camboriú. Um edital da prefeitura está disponibilizando parte das vagas do pátio que servirá à Guarda Municipal para as apreensões criminais.