Na esteira do reflexo da redução do IPI, carros mais potentes, como os de motor 1.4 e 1.6, vêm acelerando a participação no mercado. A conquista ocorre em cima dos modelos 1.0. Os carros desse segmento, que já representaram 71% das vendas, em 2001, caíram para 51% de janeiro a maio deste ano. Se considerado apenas maio, a participação diminui para 49%.

Continua depois da publicidade

A queda é avaliada de forma positiva pelo presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores no Estado (Fenabrave-RS), Hugo Pinto Ribeiro:

– Faz parte de uma evolução natural. A renda no Brasil hoje está melhor distribuída e, com isso, o cliente vem optando por carros melhor equipados porque cabe no bolso.

Outra explicação, conforme a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), é a mudança na tributação, que diminuiu a distância entre o IPI dos veículos 1.0 e dos mais potentes, aproximando também os preços. Até 2001, os carros 1.0 pagavam 10% e os mais potentes, 20% ou 25%, uma diferença de no mínimo 10 pontos percentuais. Hoje, os 1.0 têm alíquota de 7%. Para os veículos de 1.4 a 2.0, é de 11% ou 13%, e para os com mais de 2 mil cilindradas, 18% ou 25%.

Em unidades, porém, as vendas são crescentes em todas as categorias, resultado também dos incentivos e da melhora da economia. Foram emplacados 920,3 mil carros 1.0 no país em 2001, 71% do total de 1,29 milhão de veículos. No ano passado, apesar de o percentual dos mil cilindradas ter caído para 53% das vendas de 2,474 milhões.

Continua depois da publicidade

No primeiro semestre, como divulgado ontem pela Fenabrave/RS, houve alta de 7,32% nas vendas de automóveis e comerciais leves no país (totalizando 1,49 milhão de unidades), mas queda de 1,52% no Estado (87,81 milhões). Mas a meta é encerrar o ano com 200 mil veículos vendidos no Rio Grande do Sul. Dos 113 mil que faltam, Ribeiro projeta que a metade será de 1.0.