Um veículo com cheiro de maconha no interior foi barrado pela Polícia Militar na estrada que dá acesso ao complexo prisional da Canhanduba, em Itajaí, no litoral Norte, onde acontecem a partir desta segunda-feiras audiências contra o Primeiro Grupo Catarinense (PGC).
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O Gol, com placas de Itajaí, levava dois réus do processo que respondem em liberdade. Eram por volta de 11h40min. Os quatro ocupantes foram revistados por PMs fortemente armados fora do carro. Dentro, a PM encontrou seda usada para embalar cigarros de maconha.
– Esse teu carro tá com muito cheiro de maconha hein – disse um policial ao motorista.
A polícia não permitiu a passagem e o veículo teve de retornar. Os réus seguiram a pé o caminho de cerca de 100 metros que leva à guarita da prisão. Eles não quiseram conversar com jornalistas.
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Carros importados chamam atenção
Além do constante movimento de entrada e saída de viaturas, o caminho à Canhanduba é marcado pela passagem de carrões importados. São veículos de várias marcas, entre eles Caminhonetes de luxo. A maioria é de advogados de réus que vão atuar na defesa deles, da Grande Florianópolis, litoral Norte e Vale.
Todos são obrigados a parar na barreira. Depois da identificação, seguem o trajeto. Enquanto a reportagem estava no local, o motorista de um veículo importado não deixou de falar ao celular ao volante mesmo quando abordado pelos policiais.
Perto do meio-dia, chegaram ao complexo duas viaturas da Polícia Civil, uma da Diretoria Estadual de Investigações (Deic) e uma da Delegacia de Repressão a Roubos, ambas da Capital.
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Morador reclama da poeira
Morar perto da penitenciária em que estão mais de mil detentos não é problema para o administrador de empresas Paulo Sérgio Pinto, 44 anos. A queixa é a poeira da estrada ao complexo que passa em frente à sua casa.
Na manhã desta segunda-feira, com o vaivém seguido de carros, entre viaturas, vans e carros de advogados, Paulo não se conteve.
– Liguei para a secrtaria de Obras da Prefeitura de Itajaí e pedi que ao menos um caminhão jogasse água na terra hoje. Disseram que não tinham nada a ver com isso e o Estado é quem devia providenciar – lamentou o morador aos jornalistas.
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Paulo diz que não pode abrir nenhuma janela de tanta poeira que entra. Segundo ele, há outras três casas de moradores no acesso. Apesar do incômodo, gosta de morar ao lado da prisão da Canhanduba.
– O problema é a poeira. Perigo tem em tudo que é lugar. De noite às vezes também saem passam por aqui os presos que ganham a liberdade. Poderiam ao menos mudar o horário da saída, mas não tenho medo – contou.