O fim de um relacionamento pode trazer dores e angústias, mas também inspiração. Pelo menos é assim para Fabrício Carpinejar, que lança nesta terça-feira Para Onde Vai o Amor?, livro que tem o esclarecedor subtítulo de “Crônicas da Fossa”. A sessão de autógrafos será às 19h, na Livraria Cultura (Túlio de Rose, 80), em Porto Alegre.
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O volume reúne 58 textos curtos, geralmente com até duas páginas, publicados em ZH, além de alguns inéditos. O tema são as relações amorosas – e também o fim delas.
Em vídeo para leitores de ZH, Carpinejar fala sobre o livro:
– Muitas crônicas partiram de situações minhas, como minha incompetência em me despedir – conta Carpinejar, que afirma ter se separado nove vezes da mesma mulher em dois anos.
A superação das perdas amorosas é trabalhada de diferentes maneiras pelo escritor.
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– O livro fala de todas as fases do fim dos relacionamentos, como o ódio, a tentativa de vingança, a vontade de dizer “dane-se”, o sentimento de querer voltar. A gente se separa mas não se desliga, há uma urgência de resolver a vida com agilidade, de não passar pelo luto do fim dos relacionamentos – explica o autor.
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Com linguagem simples, os textos muitas vezes lembram poemas pela musicalidade e pela repetição de palavras e frases. “Vou te fazer gostar de funk. Vou te fazer gostar de dançar. Vou te fazer gostar de Carpinejar”, escreve o cronista em Descurtir Mil Vezes, para exemplificar que “Vou te fazer gostar é tudo o que você não deve dizer numa relação”. Em outros momentos, Carpinejar deixa de aconselhar o leitor para lhe fazer perguntas, como na crônica que intitula o livro e questiona: “Para onde vai o amor depois do amor? Me fale, por favor”.
Sobre a escrita das crônicas, Carpinejar afirma ser um processo doloroso:
– Escrever não traz alívio, mas um entendimento momentâneo, seguido da descoberta de que aquilo que tu julgavas exclusivo é, na verdade, comum a muita gente.
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Mais do que um exercício de entendimento e de diálogo, o escritor busca trazer à tona uma novo tipo de comportamento amoroso.
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– Estou tentando definir outro tipo de romantismo, que não espera que o amor por si só consiga superar tudo. Só o amor não basta. O amor é apenas uma carta boa, mas é preciso outras, como lealdade, entendimento e admiração – filosofa.
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Para Onde Vai o Amor?
De Fabrício Carpinejar
Crônicas, Bertrand Brasil, 176 páginas, R$ 28.
Sessão de autógrafos nesta terça-feira, às 19h, na Livraria Cultura (Túlio de Rose, 80).