Apesar da pressão do Ministério da Fazenda, o presidente Michel Temer resolveu vetar parcialmente o projeto da renegociação da dívida, mantendo o acordo original acertado com governadores. O trecho cortado, que previa suspensão do pagamento da dívida por três anos para Estados em crise financeira, beneficiaria basicamente Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Mas como os deputados votaram contra as contrapartidas, esse trecho não recebeu aval da equipe econômica. Quer dizer, os três Estados em pior situação saíram prejudicados. Enquanto isso, os demais governadores poderão negociar com o Ministério da Fazenda o aumento do prazo de pagamento, por exemplo. Temer sabia que se vetasse todo texto corria o risco de ter a decisão derrubada pelo Congresso. Com as contas em dia, Santa Catarina poderá se beneficiar das medidas que já estão na praça.
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Paridade
Interlocutores do presidente Temer consideram praticamente certa uma ajuda especial da União ao Rio de Janeiro. Se isso ocorrer mais uma vez – a exemplo dos repasses realizados no período da Olimpíada – os demais governadores terão toda a razão de reclamar.
Tiro no pé
Deputado eleito pelo Rio de Janeiro, Rodrigo Maia (DEM) afirmou, logo após a votação da renegociação da dívida, que as contrapartidas não eram importantes para o governo. Empenhado em emplacar a reeleição à presidência da Câmara, ele jogou para agradar o plenário e esqueceu do próprio Estado. Agora, o Rio também terá que retomar os pagamentos.
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Guerra é guerra
Em vídeo publicado nas redes sociais, o deputado Rogério Rosso (PSD-DF) reclama da campanha de Maia à reeleição. Um dos candidatos do Centrão à presidência da Câmara, Rosso chama de esdrúxula a tese do democrata, pois o regimento proíbe um segundo mandato na mesma legislatura. Em campanha, Rosso começará viagem aos Estados a partir do dia 10 de janeiro. Rio Grande do Sul está no roteiro.
