A história de ascensão e queda do PT chega ao último capítulo, com a aprovação do impeachment da presidente Dilma pelo Senado. Só um milagre, daqueles de ungir santo no Vaticano, para virar um cenário já consolidado desde a aprovação da abertura do processo pela Câmara. Com tesoureiros presos na Lava-Jato, o seu principal líder, o ex-presidente Lula, indiciado pela Polícia Federal e uma presidente da República cassada, o PT será obrigado a purgar os pecados e se reinventar para continuar vivendo. Quanto à Dilma, confirmado o impeachment, encerra hoje uma insólita carreira política.

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Além disso, Dilma apostou que passaria incólume pelo escândalo da Petrobras. Conselheiros no Planalto preconizavam que Lula e demais lideranças seriam varridas, enquanto ela permaneceria firme em razão da biografia. Dilma e Lula são grudados, e a Lava-Jato carrega os dois. É verdade que se não fosse a vingança de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), talvez o processo de impeachment não fosse aberto. Em seguida, veio o desembarque do PMDB, que identificou a possibilidade de poder. Mas também é fato que Dilma e o PT erraram, desprezaram o Congresso, traíram velhas bandeiras e prometeram o que sabiam que não iam cumprir. O breve segundo mandato de Dilma ficará marcado pelo colapso político e econômico. E o argumento do golpe serve só de discurso para a militância que prefere não ver a que ponto chegamos.