Às vésperas da última etapa da votação do impeachment, o presidente interino Michel Temer corre para reorganizar a casa. A reunião com ministros e parlamentes em São Paulo foi para afinar a pauta de votações na Câmara. Se os deputados continuarem no ritmo atual, o Planalto não consegue emplacar metade das promessas que vem espalhando. Já o encontro com o PSDB serviu para jogar água fria na fervura dos tucanos. Aliado estratégico, o partido do senador Aécio Neves (MG) ensaiou uma revolta com a equipe econômica.

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Em 100 dias de governo, o serpentário da Esplanada está mais ativo do que nunca. Além da disputa de beleza entre os ministros, tem o PSDB, que só pensa nas eleições presidenciais de 2018. E até o porteiro do Ministério da Fazenda sabe que Henrique Meirelles sonha com a faixa presidencial. Os tucanos, então, juntaram a vontade de desgastar o ministro com a legítima indignação com a falta de medidas de ajuste fiscal e armaram uma bomba-relógio. Mesmo com três ministérios, tumultuam, fazendo de conta que podem se descolar do governo se tudo der errado. Pura ilusão. Mesmo assim, Temer precisa que os tucanos estejam alinhados para viabilizar a aprovação do ajuste no Congresso. Missão nada fácil, diante da pressão das corporações por mais e mais vantagens e da tendência do próprio presidente de recuar diante das dificuldades. Se o processo de impeachment for confirmado – e tudo indica que será –, Temer terá pouco tempo para provar que faz a diferença, por isso tenta corrigir o que já não está dando certo.

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Lula orienta

No encontro do PT sobre redes sociais, o ex-presidente Lula bateu na tecla de que os candidatos precisam aproveitar as campanhas municipais para fortalecer a imagem do partido. Alguns temas foram escolhidos como prioritários: perda de direitos trabalhistas – em razão de uma possível reforma –, novas regras da exploração do pré-sal e golpe. Presente na reunião, a ex-ministra do Desenvolvimento Social Tereza Campello explicou como funciona o site Alerta Social, com críticas ao governo Temer. Na roda do cafezinho, antes do seminário, ninguém falou sobre Paulo Ferreira, ex-tesoureiro do PT, que está preso e é marido da ex-ministra.

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Cerco a deputados

Redes sociais, telefonemas de ministros, avisos de líderes. Todas as formas de comunicação na Câmara estão sendo usadas pelo governo para tentar garantir quórum na reunião da comissão especial da PEC do teto dos gastos. Marcado para segunda-feira, o encontro precisa ter ao menos 15 dos 29 titulares para que os trabalhos comecem. Chamada de Novo Regime Fiscal, essa PEC é prioridade absoluta do ministro Henrique Meirelles (Fazenda), que vai à comissão na quarta. Só a oposição apresentou 25 pedidos de audiências.

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