Acuado pela prisão de Eduardo Cunha, o governo Temer quer dar demonstrações de força nos próximos dias. Uma das principais preocupações é que a ofensiva dos investigadores sobre a ala política da Lava-Jato não atrapalhe o cronograma de votações da pauta econômica. O Planalto não quer ouvir falar em desmobilização dos partidos aliados. A aprovação da PEC do Teto em segundo turno na Câmara, de preferência com uma vantagem ainda mais robusta, é a meta da equipe econômica. Lideranças na Câmara estão telefonando para deputados que deram qualquer sinal de que não estarão em Brasília na próxima semana. Além disso, outro jantar de arromba está sendo organizado para ocorrer na segunda-feira. A ordem geral é a seguinte: faz de conta que está tudo bem e que o fator Cunha não tem potencial explosivo.

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Governo Temer ficou acuado pela prisão de Eduardo Cunha
Governo Temer ficou acuado pela prisão de Eduardo Cunha (Foto: JASON SILVA / AGIF/ESTADÃO CONTEÚDO)

Surdez

Assim que saiu a notícia da prisão de Cunha, o deputado Paulo Maluf (PP-SP) foi um dos primeiros a deixar o plenário da Câmara, onde a sessão havia sido encerrada. Condenado na França por lavagem de dinheiro, ele sorria e tirava fotos com estudantes. Questionado pela coluna sobre a opinião a respeito da situação de Cunha, Maluf lascou:

– Hoje não estou ouvindo. Não escuto nada!

(Foto: WERTHER SANTANA / Agência Estado)

Velhos tempos

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O presidente do PDT, Carlos Lupi, fez uma visita à ex-presidente Dilma, em Porto Alegre. Os dois conversaram no apartamento da petista por quase duas horas. Lupi, ex-ministro de Dilma, saiu comentando que a encontrou muito bem.

Anelzinho

O dono da Delta Construções, Fernando Cavendish, afirma que pagou R$ 800 mil em um anel que foi dado de presente à mulher do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. Isso é só uma amostra das informações comprometedoras que ele repassou à PF via delação premiada. A pergunta é: o que ele ganhou em troca do anelzinho?

Pente-fino

Na largada da perícia do auxílio-doença em Santa Catarina, o INSS já cortou 1.382 benefícios, ou 81,63% do total analisado tinha alguma irregularidade. Neste primeiro momento, a perícia passou o pente-fino em 1.693 casos. O processo segue até o final do ano.