Na ânsia de garantir os cerca de 300 votos do centrão, o presidente interino, Michel Temer, escolheu um integrante da tropa de choque de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para ser o novo líder do governo na Câmara. O que era pragmatismo está virando desgaste. Além de ter ministros na Lava-Jato, agora Temer tem um líder, André Moura (PSC-SE) aliado de Cunha, investigado no escândalo da Petrobras e por desvio de recursos em seu município, além de ser acusado de assassinato. Um currículo e tanto para um deputado que, a partir de agora, será responsável pela negociação dos projetos do governo junto à Câmara. Normalmente, esse é um cargo de confiança do próprio presidente, mas desta vez houve a imposição desse bloco de partidos como PP, PSD, PSC, PTB, PHS, PRB e PSC. Unidas, essas legendas se deram conta de que têm muito poder e cobram alto o apoio no plenário. Nos bastidores, Cunha aproveita para assegurar poder à sua equipe e garantir o próprio mandato.
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RESISTIU
A Secretaria de Desenvolvimento Agrário continuará vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Social. Apesar da pressão do Solidariedade para que ganhasse status de ministério, Temer considerou que voltar atrás na extinção da pasta seria uma desmoralização. O partido de Paulinho da Força (SP) ocupará a vaga dentro da pasta de Osmar Terra.
PÚBLICO-ALVO
Depois de uns dias de descanso, a presidente Dilma deve começar amanhã um giro pelo país, na defesa do mandato. A primeira agenda está prevista para Belo Horizonte, um encontro com blogueiros. O ex-ministro Miguel Rossetto participa, hoje, de um evento na Universidade Federal da Bahia.
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ARROZ
O ministro Blairo Maggi (Agricultura) deve fazer sua primeira viagem ao Rio Grande do Sul ainda neste mês. Ele prometeu a deputados gaúchos ir à Fenarroz, em Cachoeira do Sul, que acontece de 24 a 29 de maio.
TERCEIRIZA
À frente do Ministério do Trabalho, Ronaldo Nogueira (RS) quer apresentar proposta alternativa ao projeto da terceirização, que já passou na Câmara e está no Senado. Deputado pelo PTB, ele votou contra a proposta que, agora, sob a relatoria do senador Paulo Paim (PT-RS), foi praticamente engavetada.