A cúpula do PMDB resolveu enquadrar os candidatos do partido em 2018: quem não defender o legado do governo Temer ficará sem apoio. Para bom entendedor, isso significa que quem se fizer de desentendido vai ficar em último lugar na distribuição dos recursos do fundo eleitoral. Ao aprovar essa nova modalidade de financiamento com recursos públicos, o Congresso não deixou claro o critério de distribuição da verba. Tudo indica que cada presidente de legenda vai determinar as suas prioridades. No caso, o presidente nacional do PMDB, Romero Jucá (RR), mandou um claro recado aos candidatos na reunião da Fundação Ulysses Guimarães:
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— Todo candidato que quiser o apoio deverá defender este legado. Quem quer atacar o governo ou apunhalar o PMDB, deve procurar outro partido.
Ou seja, quem não tiver compromisso com o governo Temer estará jogando fora a eleição e partindo sozinho para a disputa.
A baixíssima popularidade de Michel Temer poderá ser tóxica para quem tenta conquistar a confiança do eleitor. Mas os governistas ainda sonham com a reação da economia e com um exército de peemedebistas carregando a bandeira do governo de transição. Quando conseguiu aprovar o impeachment, Temer e seus aliados imaginaram chegar a 2018 com força suficiente para emplacar um presidente da República do PMDB. Esse plano já voltou para a gaveta.
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Jucá ameaça os infiéis, mas dificilmente deixará o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) à míngua nas eleições de 2018. Maior crítico de Michel Temer dentro do partido, Renan afirmou que Carlos Marun na Secretaria de Governo foi uma indicação do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, que está preso.
Equivocado
Presidente do PMDB no Estado, Mauro Mariani considera equivocada a postura de misturar o governo com o partido:
— Estão confundindo as coisas. O PMDB vai continuar e o governo Temer termina.
Assim como outros Estados, Santa Catarina quer clareza na divisão do bolo do fundo eleitoral.
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Ameaça
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), mandou um recado para os deputados: se não houver quórum hoje, ele levará as sessões até quinta-feira pela manhã. Brasília já está em ritmo de fim de ano. É possível que Maia fique falando sozinho.
Frase
“A condição financeira privilegiada da paciente não pode ser usada em seu desfavor. Observo que o crime supostamente praticado pela paciente, muito embora grave, não envolve violência ou grave ameaça à pessoa.”
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Do ministro Gilmar Mendes (foto), ao mandar determinar que Adriana Ancelmo volte para prisão domiciliar.