Momentos depois da aprovação da PEC do Teto de Gastos já havia parlamentar vaticinando que essa será a única grande vitória do governo Temer no Congresso, porque votar a reforma da Previdência “nem pensar”. O grande feito do Planalto é colocar na Constituição um limite para os gastos públicos, o que para a política econômica é fundamental. O resultado do segundo turno no Senado, no entanto, foi mais apertado do que esperavam seus articuladores políticos: apenas quatro votos além do necessário. Dentro do próprio PMDB houve senador mudando de lado.
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Esse é o resultado da pressão dos eleitores contra a medida que estabelece o teto no orçamento, mas também se trata de uma reação a um governo que termina o ano fragilizado. É neste clima que o Congresso entra em recesso a partir do fim da próxima semana, esperando mais delações explosivas durante o período de férias. Complemento importante da PEC, a reforma da Previdência deve entrar em debate a partir de fevereiro, mas já enfrenta muita resistência.
Fora do barco
Apesar dos apelos do Planalto, o senador Dário Berger (PMDB-SC) decidiu mudar de ideia e votou contra a PEC do Teto. Pressionado pelos eleitores, ele alega que no primeiro turno resolveu dar um voto de confiança ao governo.
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Fardado
O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) decidiu colocar o bloco na rua. A aliados, ele avisou que começaria a se manifestar a favor da realização de eleições diretas, sugerindo até mesmo a renúncia do presidente Michel Temer. Caiado, que pretende ser candidato à Presidência em 2018, não se importaria de adiantar os planos.
O óbvio
Do deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), que considera precipitado conversar sobre uma PEC que assegure eleições diretas em 2017:
– Não é o momento deste debate, não podemos alimentar a instabilidade. Mas também é óbvio que o Congresso não teria condições morais de escolher um presidente da República.
Novos ares
O deputado Esperidião Amin (PP-SC) já avisou seus colegas de legenda que colocará o nome à disposição para a liderança do partido na Câmara. Alguns deputados defendem uma maior independência da chamada “turma do Centrão”.
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