O PSDB demorou tanto para abandonar a barca de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) que o ato perdeu o brilho, o impacto político. Quem acompanhou as lideranças do partido pedindo a saída do peemedebista da presidência da Câmara ainda ficou com dúvida se não foi apenas uma satisfação para o eleitorado que cobra um comportamento firme no combate à corrupção. Na prática, porém, os tucanos não têm mais nada a ganhar ao lado de Cunha. É só desgaste. Os deputados jovens do PSDB enxergavam no peemedebista a possibilidade de abertura do impeachment contra a presidente Dilma. Em razão desta esperança, mandaram a ética às favas. Mas o clima do impeachment esfriou e o presidente da Câmara está cada dia mais desacreditado. DEM e PPS devem seguir o mesmo caminho tardio dos tucanos. Embora ainda tenha seus asseclas, Cunha vai ficando sozinho.
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Cautela
A bancada do PT na Câmara resolveu que não deveria divulgar manifesto conjunto contra Eduardo Cunha. Mas os deputados foram liberados para votar como quiserem no Conselho de Ética.
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O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, acredita que terá argumentos para convencer a bancada ruralista a aprovar a MP que endurece as ações e aumenta multas contra as barreiras nas estradas. Se a mesma medida valer também para barreiras promovidas pelo MST ou pelas comunidades indígenas, talvez convença esses deputados.
Impostômetro
Em reunião na casa do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, foi questionado sobre a MP que aumenta a alíquota do IPI para o setor de bebidas, entre elas o vinho. Levy disse que se não aprovar a volta da CPMF será isso mesmo: correção do IPI.
Demarcações
A PEC 215, que tanto preocupa as comunidades indígenas, está pronta para o plenário da Câmara, mas não há clima político para a votação. Para conseguir se eleger à presidência da Câmara, Cunha prometeu à bancada ruralista que colocaria a proposta na pauta ainda neste ano.