A Lista de Fachin já chega com efeito devastador, muito maior do que os poderosos de Brasília poderiam imaginar. A cúpula da política brasileira passará a ser investigada pela Lava-Jato, sob suspeita de corrupção, recebimento de propina, caixa 2, lavagem de dinheiro, enfim.
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Atônitos, nesta terça-feira, ministros, deputados, senadores mal sabiam o que dizer. A maior operação de combate à corrupção no país tem autorização do STF para levantar a tampa do bueiro que virou a política nos últimos anos.
O resultado das investigações vai demorar, mas o desgaste eleitoral já começa a ser contabilizado.A lista é arrasadora para o governo Temer. São oito ministros, sendo dois – Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria Geral) – os homens de confiança do presidente da República.
Em fevereiro Michel Temer anunciou que só afastaria ministro denunciado e demitiria se virasse réu. Tentou se vacinar. Não se sabe por quanto tempo ele sustentará esse critério. Tudo dependerá das informações sobre Padilha e Moreira.
A aposta no Planalto é que nenhum julgamento deverá ocorrer antes de 2018. A magnitude da lista, no entanto, se estende ao Congresso. Os principais aliados de Temer apareceram nos relatos dos delatores da Odebrecht. Começando pelos presidentes das duas casas, passando pelo líder Romero Jucá (PMDB-RR) e por boa parte das bancadas do PMDB e do PSDB no Senado, sem falar dos deputados. Estão sob ameaça as reformas do governo. Até o relator da Previdência está na lista.
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Mas a oposição não tem motivos para comemorar. Senadores e deputados do PT também passarão a ser investigados. Os ex-presidentes Lula e Dilma estão em casos remetidos a outras instâncias. A Lava-Jato oficialmente entra na sua fase mais importante.
NINHO TUCANO
Agora fica claro o motivo da pressa dos tucanos em reforçar o nome de João Dória para a eleição presidencial. Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra estão na mira da Lava-Jato. Da bancada do PSDB no Senado, apenas quatro não serão investigados. O catarinense Dalirio Beber entrou na lista.
NINHO PETISTA
A Lista de Fachin esvazia o discurso petista, de investigação seletiva da Lava-Jato. Ao todo, são 14 partidos atingidos. Do PT de Santa Catarina, Ideli Salvatti, Carlito Merss, o deputado federal Décio Lima e a deputada estadual Ana Paula Lima poderão ser investigados.