Depois de Eduardo Cunha, agora é a vez de Sérgio Cabral ir para o xadrez, deixando os caciques do PMDB de cabelo em pé. A dúvida é sobre quem será o próximo da lista, uma vez que, nesta nova fase, os investigadores começam a mergulhar nos casos sobre obras nos Estados. Só as falcatruas envolvendo arenas da Copa são um prato cheio. A evolução da Lava-Jato mostra que não há blindagem para este ou aquele partido, como gosta de alegar o PT.

Continua depois da publicidade

Quem está conseguindo escapar, até agora, é aquele político com foro privilegiado, como o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB- AL), ou o novo líder do governo no Congresso, Romero Jucá (PMDB-RR). Isso porque os processos no STF andam em marcha lenta. No caso do Rio, a prisão de Cabral não é surpresa. A Polícia Federal revela que ele ganhava mensalinho das empreiteiras, esbanjava em joias, viagens e relógios, contribuindo, é claro, para a crise financeira do Rio. Diante disso, o governador Luiz Fernando Pezão – que foi vice de Cabral – não tem qualquer moral para exigir sacrifício do servidor público na tentativa de superar a crise.

Olho vivo

O pacote anticorrupção corre sério risco de morrer na praia. Deputados da chamada Comissão das 10 Medidas não gostaram nada da nova redação do relatório, fechado pelo deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e com o aval dos procuradores da Lava-Jato. Há parlamentares exigindo que o texto assegure algum tipo de crime de responsabilidade para magistrados e MP.

Continua depois da publicidade

No contra-ataque

Movimentos que apoiam as 10 Medidas Contra a Corrupção se preparam para lotar a Câmara na próxima semana, pressionando pela aprovação do texto apresentado pelo relator. Sem pressão, é possível que os deputados não apareçam na sessão ou mesmo que votem para derrubar a proposta. Procuradores também estão mobilizados.

Namoro

Além de atrair o deputado Décio Lima (PT) para o partido, o PDT ainda pretende conquistar deputados estaduais para o partido. As negociações estão em andamento e devem ser seladas na próxima semana, em um jantar em Florianópolis.

Gastança

Em plena crise financeira, sete deputados viajam para o Vaticano por conta da Câmara. O bonde do Papa está sendo liderado pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).