Já nasce esvaziada a estratégia de defesa da presidente Dilma no Senado. Enquanto o ministro José Eduardo Cardozo (AGU) bate na tecla da ausência de crime no caso das pedaladas, petistas de todos os lados alimentam a ideia das Diretas Já. Chateada, julgando-se injustiçada, a própria presidente afirma que não está pensando na hipótese de abreviar o mandato, mas pode avaliar. Mas, para novas eleições presidenciais, seria necessária a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) no Congresso. No atual ambiente político, é difícil acreditar em uma mobilização a ponto de aprovar a proposta em dois turnos em cada Casa. Ainda mais porque não há qualquer interesse do PMDB. O processo de impeachment é político, carece de articulação e diálogo. Não será explicando as pedaladas pela milésima vez que o ministro vai convencer os senadores. Com o jogo praticamente perdido, alternativas mirabolantes surgem como salvação. Ouça o comentário:
Continua depois da publicidade
POPULAR
O senador Paulo Paim (PT-RS) aposta em uma mobilização popular a favor de eleições presidenciais em outubro, a exemplo do que ocorreu com o projeto Ficha Limpa. Mas, para colocar a ideia de pé, a presidente Dilma precisaria enviar uma PEC ao Senado o quanto antes.
LOGO AGORA?
– Mas mudar a Constituição, logo agora, é que seria golpe – reclama o deputado Darcisio Perondi (PMDB-RS).
Continua depois da publicidade
Aliado do vice Michel Temer, Perondi duvida que qualquer proposta de eleições antecipadas seja aprovada na Câmara ou no Senado.
TEMÁTICO
– Perondi, por que você não foi lá em casa ontem – cobrou o deputado Heráclito Fortes (PSB-PI), que festejou a aprovação do impeachment oferecendo pizza e vinho aos amigos.
– Eu fui lá no Michel – explicou-se Perondi.
– Mas lá só tem quibe. Agora serão dois anos só na base do quibe! – brincou Heráclito, dando risada.
DESMORALIZOU
Quem também saiu derrotado da votação do impeachment foi o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi. Mesmo ameaçando os deputados de expulsão e marcando presença no plenário da Câmara, seis pedetistas votaram a favor do impeachment. Mandando todos embora, a bancada de 19 deputados vai minguar, ficando do tamanho do PTN.
Continua depois da publicidade