O Planalto conseguiu neutralizar dois dos principais pontos da pauta-bomba. A manutenção dos vetos ao aumento do Judiciário e ao reajuste real para os aposentados é uma vitória. Pode ser cruel, em especial com os aposentados que têm o poder de compra corroído pelo custo de vida. Mas neste momento em que a União está com o orçamento comprometido foi a decisão mais responsável do Congresso. Não significa, no entanto, que o governo recuperou a disciplina de sua base aliada. A larga distribuição de cargos desde a reforma ministerial ainda não serviu para alinhar os partidos da coalisão. A prova está na lista de votações, com infidelidades por todos os lados, inclusive no PT. A pressão da articulação política e de empresários, porém, foi suficiente para que a oposição não conseguisse a maioria absoluta para a derrubada dos vetos. Para um governo que amargou uma série de derrotas, é motivo de comemoração.

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Dividiu

O PMDB catarinense, que chegou a se manifestar contra o governo Dilma, dividiu-se na votação do veto ao aumento dos servidores do Judiciário. Ronaldo Benedet e Valdir Colatto defenderam a derrubada do veto, enquanto Celso Maldaner e Mauro Mariani votaram pela manutenção da decisão presidencial. Edinho Bez estava em Brasília, fez comentários pelos corredores da Câmara contra o aumento, mas na hora não votou. O deputado Peninha também não votou.

Por falar nisso…

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A pior decisão de um parlamentar é pela abstenção ou ausência do plenário na votação de temas polêmicos. Para o bem ou para o mal, deputado é eleito para votar.

Morde e assopra

Na tentativa de garantir apoio do Planalto, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, trabalha nos bastidores para esvaziar a CPI do BNDES. A oposição, no entanto, voltou a prometer que se tiver votos favoráveis no Conselho de Ética tira da cartola o processo de impeachment contra Dilma.

Impasse

Reunião do Ministério do Planejamento com representantes dos peritos da Previdência terminou sem acordo. O argumento do governo é que eles querem a redução da carga horária, o que não está em negociação.

Penha na política

O deputado João Derly (Rede-RS) apresentou projeto que inclui na Lei da Inegibilidade casos de violência contra a mulher. Na Câmara, a proposta ganhou o apelido de “Lei Pedro Paulo”, em alusão ao secretário-executivo do município do Rio de Janeiro, acusado de agressão à própria mulher.

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