Será interessante observar o que a militância do PT dirá diante da possível delação premiada de Antonio Palocci, um político que conhece as entranhas do partido. Um ensaio já começa a aparecer, quando lideranças da legenda ligadas ao ex-presidente Lula criticam a Lava-Jato, dizendo que os delatores resolvem contar o que sabem porque estão sob a tortura da prisão. Na verdade, eles resolvem fechar um acordo de colaboração premiada porque enxergam neste mecanismo uma maneira de reduzir de maneira substancial a própria pena e porque não querem ter o destino, por exemplo, de Marcos Valério. Publicitário do mensalão, Valério está preso até hoje, enquanto o PT e outros tantos partidos continuaram surfando nas irregularidades do caixa 2.

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Dilma chamou de mentirosas as declarações de João Santana e Mônica Moura. Palocci, o braço das relações de Lula com empresários, teria o que contar sobre empresas do setor financeiro, Banco Central e Receita. Como ele mesmo disse ao juiz Sergio Moro: material suficiente para pelo menos mais um ano de trabalho. A questão é saber se Palocci não vai recuar.

Pendências

UPAS e creches prontas, mas sem funcionamento, além de obras inacabadas estão entre as principais reivindicações de prefeitos catarinenses que chegam a partir de hoje em Brasília. Eles participam da tradicional Marcha dos Prefeitos, que faz muito barulho mas, em tempos de orçamento curto, tem poucas chances de conquistas.

Existe CPI

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E a CPI da Previdência? Tem audiência pública marcada para hoje e entre os convidados, está a secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi. A comissão quer verificar as dívidas das grandes empresas, sonegação e concessão de anistias que teriam provocado o desabastecimento do caixa nos últimos anos.

Descaso

Além do loteamento político, a Polícia Rodoviária Federal está sentindo o peso do corte no orçamento. Um retrato do descaso com que a segurança pública é tratada pelo governo federal.

Azedou

Se a situação do PT em Santa Catarina já estava difícil, depois das delações que envolvem diretamente os ex-presidentes Dilma e Lula, as expectativas para 2018 são ainda mais preocupantes. Há quem aposte em uma debandada durante a janela eleitoral.