Consciente de que o impeachment é irreversível, os governistas tentaram uma última e errática cartada: usaram o hesitante Waldir Maranhão (PP-MA) – símbolo do baixo clero paroquial – em uma das maiores trapalhadas já vistas na República.

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Sem base no regimento, a tentativa de anular a sessão de votação na Câmara foi sepultada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que chamou a decisão de Maranhão de intempestiva. Foi educado. Na ânsia de ganhar tempo, os governistas forjaram uma situação de insegurança jurídica, de vale tudo para sustentar a narrativa do golpe. Acreditaram que o presidente do Senado seria simpático a uma ideia que favorecesse Dilma.

Experiente, Renan não embarcou. Senadores petistas afirmam que ainda vão recorrer ao Supremo Tribunal Federal para fazer valer a decisão de Maranhão. Até aí, sem novidades. Já virou rotina para os ministros do STF julgar as confusões criadas no Congresso.

No resumo da opereta, Dilma sai ainda mais fragilizada politicamente.

O governo queria…

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No Planalto, a ideia era mesmo ganhar tempo na esperança de uma recomposição no Senado. Não há novidade no cenário atual que possa contribuir para que Dilma consiga cabalar votos contra o impeachment, até o final do processo no Senado. Pelo contrário. No ritmo que vai a Lava-Jato, a situação só deve piorar para o PT.

Pense bem

Peemedebistas acreditam que Renan Calheiros entrou para a reunião de líderes já convencido a dar prosseguimento ao processo de impeachment no Senado. Por via das dúvidas, o senador Eunício de Oliveira (PMDB-CE) deu um toque:

– Pense no partido.

Vamos conversar?

Com o pé na porta para ser o novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles vem conversando com governadores sobre a renegociação da dívida dos Estados com a União. O recado é que está disposto a dialogar. Mergulhado na crise, o atual governo simplesmente abandonou o assunto.

Especialistas

Assim que tomou conhecimento da decisão de Waldir Maranhão sobre o processo de impeachment, o vice Michel Temer chamou ao Jaburu seus principais conselheiros e alguns dos maiores especialistas em regimento da Câmara. Foi tranquilizado.

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