Na derradeira fase do processo de impeachment, a presidente afastada, Dilma Rousseff, age como quem está mais preocupada com a sua biografia do que em salvar o mandato. Diante dos relatos de senadores, de que nem o ex-presidente Lula tem capacidade de virar votos, ela se dedica aos encontros com a militância para garantir as imagens que ficarão para a história e a narrativa que alimentará a tentativa de reconstrução do PT. Não à toa, uma robusta equipe de cinegrafistas e fotógrafos a acompanha, preparando um documentário. A despedida de Dilma, na prática, começou no dia em que ela não conseguiu 170 votos para enterrar o impeachment na Câmara. Ali ficou claro que ela não teria mais condições de governabilidade.
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Nada ocorreu conforme previam os conselheiros de Dilma . Eles acreditavam que Temer e seus auxiliares mais próximos seriam varridos pelos escândalos da Lava-Jato, que os movimentos sociais e simpatizantes tomariam as ruas e que a economia continuaria em queda livre. Embora tenha feito mais promessas do que implementado medidas, nos últimos cem dias o presidente interino, Michel Temer, conseguiu que a economia parasse de piorar e, por enquanto, ainda há uma expectativa positiva junto aos mercados.
As testemunhas entram em campo a partir de desta quinta-feira para cumprir tabela. Tudo o que tinham para dizer sobre o crime de responsabilidade já foi apresentado. Em um processo político, desta quinta-feira até o dia 30 ou 31, interessam mesmo dois momentos: quando Dilma apresentará a sua defesa, mais voltada à opinião pública – inclusive internacional – do que aos senadores, e o score da votação. O impeachment entra no derradeiro ato e a boa notícia é que as instituições no país funcionam a pleno. Petistas e governistas já estão com a cabeça no futuro.
Plano das ideias
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Dos 53 aeroportos que restaram depois da desidratação do Plano Regional de Aviação Civil, apenas dois são no Estado: Chapecó e Correia Pinto. Quem trabalha na área de infraestrutura do governo confessa que se dos 53 três saírem do papel já é lucro.
Agilizando
Para acelerar o processo de impeachment, os três senadores da bancada catarinense aceitam não fazer perguntas para a presidente Dilma na próxima segunda-feira. A ideia do PSDB é que apenas o líder, senador Cássio Cunha Lima (PB), encaminhe questionamentos à presidente. Aliados de Michel Temer querem reduzir o tempo de Dilma sob holofotes.
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