A Odebrecht entregou à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma lista completa dos políticos contemplados com dinheiro de caixa 2 na modalidade “puro”, quer dizer, sem o pagamento de propina. O documento é chamado de Tabelão. A partir dos relatos dos ex-executivos, as defesas consultaram o sistema Drousys, criado pela empreiteira para monitorar os repasses de dinheiro irregular. Os dados foram cruzados e fotos das páginas, anexadas às delações.
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Todo esse material está nas mãos do ministro Edson Fachin, junto com os pedidos de abertura de inquérito da segunda lista de Janot. Isso ajuda a explicar o desespero de boa parte do Congresso pela aprovação de um projeto que permita a anistia do recurso de campanha não contabilizado. Mesmo aqueles que não receberam propina serão investigados e terão que explicar por que financiaram fatias das campanhas com verba repassada nas sombras.
A revanche
A famosa lista de Janot terá uma terceira edição. Alguns nomes de parlamentares não aparecerão na segunda versão dos pedidos de abertura de inquérito da PGR, mas virão em uma próxima leva. É que o sistema informatizado de pagamento de propina da Odebrecht ainda está passando por um último pente-fino.
Carimbo
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A defesa do voto em lista nasce com o carimbo dos enrolados na Lava-Jato. O desgaste é tanto que os deputados que querem se descolar da manobra já se manifestaram. É o caso de Henrique Fontana (PT-RS), que defendia a lista flexível, em que o eleitor tinha um voto para o partido e outro para a escolha do candidato.
Credencial
O relator do projeto de lei sobre a recuperação fiscal dos Estados é o deputado Pedro Paulo (PMDB-RJ). Ex-secretário de Eduardo Paes na prefeitura do Rio, ele foi protagonista de um escândalo de violência contra a ex-mulher.