Paulo Ferreira é o terceiro tesoureiro do PT mergulhado até o pescoço em escândalos de corrupção. E o pior: não há surpresa dentro do partido. O despacho do juiz Sergio Moro na Operação Abismo mostra que o ex-deputado teria usado dinheiro do esquema da Petrobras não só para financiar campanhas. Há cheques em nome de filhos, mensalinho para uma madrinha de bateria e verba para o Carnaval – uma maneira de turbinar as eleições. Na bancada gaúcha do PT, não eram raros os comentários a respeito dos custos de campanha de Ferreira e do dinheiro despejado em escolas de samba ou no futebol. Agora, veio à tona a origem do dinheiro. Uma situação que enterra de vez o discurso do PT nacional de que a legenda é perseguida. Com três tesoureiros presos e enrolados, o melhor que o partido tem a fazer é reconhecer os seus erros. E, junto com o PT, afundam as esperanças de Dilma de voltar ao Planalto.
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POR DENTRO
A prestação de contas da eleição de 2014 mostra que três empreiteiras envolvidas na Lava-Jato são responsáveis por 65% da arrecadação da última campanha a deputado federal de Paulo Ferreira. Odebrecht (R$ 30 mil), Andrade Gutierrez (R$ 95 mil) e Carioca (R$ 266 mil) aparecem com destaque. A Carioca, que já prestou delação premiada, é um dos focos da Operação Abismo.