O rompante do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), chamou a atenção até de aliados mais próximos. O plenário estava dominado pela confusão, no segundo dia do julgamento de Dilma, quando Calheiros disse que havia conseguido, junto ao STF, desfazer o indiciamento da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e do marido, o ex-ministro Paulo Bernardo. A fala gerou revolta entre os petistas, mas o PMDB socorreu o presidente da Casa.
Continua depois da publicidade
– Ela disse coisas impublicáveis – justificou o senador Eunício de Oliveira (PMDB-CE).
Leia outras colunas da Carolina Bahia
Leia mais notícias de Política
– A desculpa é que Gleisi provocou, xingando Renan de canalha. Mas quem está de olho na planilha de votação, enxergou um sinal político. O Planalto conta com o alagoano para fechar a meta de cerca de 60 votos pelo impeachment. Furioso com os petistas, Renan – contemplado com cargos no governo Temer – já abandonou a barca de Dilma há tempos.
Continua depois da publicidade
Esses dois dias de oitivas, aliás, serviram para mostrar que os senadores não são mais civilizados que os deputados. A troca de ofensas compromete o momento histórico. Mas com pouco efeito prático. O mapa de votos continua desfavorável para Dilma.
SEM AMBIENTE
Indiciado pela Polícia Federal na Operação Lava-Jato, o ex-presidente Lula não é a liderança mais credenciada para defender Dilma nesta reta final do processo de impeachment. De acordo com a PF, Lula e a mulher, Marisa Letícia, foram beneficiários de vantagens ilícitas, por parte da construtora OAS. Vale lembrar que a presidente não está sendo julgada por atos de corrupção.
LEVANTE NO PT
Não são poucos os petistas descontentes com o atual presidente do partido, Rui Falcão. A falta de apoio à proposta de plebiscito, que esvaziou o discurso de Dilma, foi a gota d´água para quem articula a derrubada de Falcão. Esses petistas pretendem promover uma reunião geral dos revoltados, logo depois das eleições municipais, para trocar o presidente da legenda.