Aparelhamento, tráfico de influência, gestão temerária e desvios. Por trás do escândalo dos Fundos de Pensão está a mesma equação que culminou no Petrolão. Fundos que deveriam ser comandados por gestores empenhados em defender os interesses dos trabalhadores foram repassados a afilhados políticos. Oriundos da estrutura sindical ligada ao PT ou bancados pelo PMDB, esses administradores estiveram à disposição de seus padrinhos nos últimos anos.

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De acordo com a própria Polícia Federal, promoveram a famosa gestão temerária, com investimentos arriscadíssimos – para financiar projetos políticos dentro e fora do Brasil – e até mesmo desvios de recursos. O resultado da irresponsabilidade está nos rombos desses fundos. Funcionários das empresas já estão repassando parcelas maiores para evitar uma crise mais profunda, o que poderia comprometer o pagamento das pensões. Uma CPI na Câmara chamou a atenção para esse esquema no ano passado, e a PF colocou na rua a Operação Greenfield. Mesmo assim, o governo Temer insiste no modelinho viciado.

Intimidades

Eduardo Cunha preparou uma carta personalizada para cada deputado, pedindo o apoio contra a cassação. O corpo do texto é o mesmo para todos, mas a introdução diz respeito a algo específico, despertando lembranças de algum fato que os dois tenham vivido juntos.

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Passe livre

O ministro Fábio Medina Osório (AGU) já destacou a equipe que começará a analisar os processos da Lava-Jato, com o objetivo de identificar possibilidade de ressarcimento aos cofres públicos. O ministro do STF Teori Zavascki concedeu o acesso aos documentos no final de agosto.

Supersincero

Bate-boca do ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) pelas redes sociais:

– Me explica como é a sensação de assumir um cargo no Executivo sem voto popular? – provocou um internauta.

– Gostosa – lascou o ministro.

Habilidade

Erram o presidente Michel Temer e o ministro José Serra (Relações Exteriores) ao menosprezar os protestos do último final de semana. A conclusão do impeachment no Congresso nem de longe pacificou a política brasileira, pelo contrário.