O presidente mais poderoso e arrogante que já passou pela Câmara foi derrotado pela Lava-Jato. Depois de muito manobrar,Eduardo Cunha (PMDB-RJ) chegou ao dia da votação decisiva no Conselho de Ética em seu pior momento. Ele é réu no STF, teve os bens bloqueados, é alvo de pedido de prisão, sua mulher entrou na lista dos réus de Sérgio Moro e, para completar, um relatório do Banco Central cobra multa de R$ 1 milhão do deputado pelas contas no exterior. Diante desta ficha corrida, quem arriscaria o pescoço para salvá-lo? Quem enxergou desgaste junto ao eleitorado, como Tia Eron (PRB-BA), pulou fora. No caso da parlamentar, os candidatos a prefeituras pelo PRB – Celso Russomano (SP) e Marcelo Crivella (RJ) – imploravam para que ela não salvasse o deputado afastado, conhecido por Malvado Favorito. Deu certo. Eron ficou bem com os colegas e ainda virou musa da cassação. Agora, Cunha tentará espernear na CCJ, porque sabe que não se salva no plenário. A maioria dos deputados do Conselho de Ética provou que não está se lixando para a opinião pública. Afastaram o vexame e cumpriram com a obrigação.

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Sambou

Cercada pelos deputados Carlos Gomes (PRB-RS), Sérgio Moraes (PTB-RS) e Júlio Delgado (PSB-MG), Tia Eron fez suspense. Oposição a Cunha, Delgado passou boa parte da sessão conversando com a deputada, enquanto aproveitava para filar o chimarrão. Tia Eron virou o nome mais falado da Câmara ao longo do dia.

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Rei morto…

Nos bastidores da Câmara esquenta a disputa pela presidência da Casa. Não só pelo mandato tampão, mas pela eleição de fevereiro. O Centrão vai querer emplacar nomes ligados a Cunha. Jovair Arantes (PTB-GO) lidera as listas de apostas.

Surpresa

O ministro Teori Zavascki surpreendeu o núcleo duro do governo Temer ao negar os pedidos de prisão de Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR) e José Sarney (PMDB-AP). A cúpula do Planalto esperava que a decisão do magistrado sairia depois do desfecho do processo de impeachment.

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