O governo Temer resolveu aumentar o imposto sobre os combustíveis e a culpa não pode mais ser atribuída à herança maldita. Aliás, na política esse é um álibi com pouco tempo de vida. Depois de seis meses de administração — e tolerância dos eleitores —, prefeito, governador ou presidente da República não podem mais culpar o seu antecessor pela crise que enfrentam, têm é que apresentar soluções para os problemas herdados.

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O presidente Michel Temer está no comando da República há um ano e dois meses. A turma do ministro Henrique Meirelles (Fazenda) não conseguiu equilibrar o orçamento nos limites da meta fiscal. Sucumbindo à pressão de parlamentares, reajustes foram concedidos, a área política não se empenhou na aprovação de medidas para aumentar a arrecadação e as receitas não cresceram.

Depois de fazer as contas e consultar o mercado, a equipe econômica concluiu que o aumento de imposto sobre os combustíveis não terá impacto comprometedor sobre a inflação e que mais vale a pena o desgaste do que não cumprir a meta fiscal. A preocupação com a meta é tão grande que até mesmo o contingenciamento de parte dos recursos poderá continuar por mais alguns meses.

O aumento da carga tributária é uma medida preguiçosa, a mais fácil para resolver o orçamento. Mas irrita a população porque os serviços continuam de péssima qualidade. Olha só, você pagando o pato outra vez.

Em campanha

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Do presidente Lula, nas redes sociais, negando que tenha participado diretamente da escolha dos locais para a construção dos estádios da Copa:

— Não participamos da discussão da construção de estádios na Copa. Se não teríamos feito estádio em Santa Catarina e não no Amazonas.

Na prática, não foi bem assim.

Vai explicar?

Deputados da bancada catarinense que integram a base de apoio do governo Temer sempre fizeram discurso contra o aumento de impostos. Como explicar para o eleitor que a conta vai aumentar?

Conselheiro

O ex-assessor especial dos governos petistas Marco Aurélio Garcia, morreu ontem, aos 76 anos. Gaúcho, filiado ao PT, ele foi o principal conselheiros de Lula e Dilma na área de políticas externas.

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