Começa mal o debate sobre a reforma mais profunda que já foi proposta para a Previdência. O texto encaminhado para a Câmara não representa uma reforma para todos, como deveria ser.

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Ao deixar os militares de fora, permitindo que acumulem benefícios de pensões e aposentadorias, além de não aprofundar como será a mudança para os parlamentares, o governo Temer escolhe quem vai ser sacrificado. Como convencer o trabalhador da iniciativa privada que ele precisará trabalhar quase até morrer, enquanto algumas categorias continuam com regimes especiais?

É verdade que existem peculiaridades, mas o déficit persiste. Para se ter uma ideia, em 2015 os militares respondiam por cerca de 45% do rombo da Previdência dos servidores da União. Enquanto isso, os chamados benefícios de prestação continuada podem cair para menos de um salário mínimo, pegando em cheio famílias de baixíssima renda.

A reforma da Previdência é necessária para que o sistema não quebre. Querendo ou não, as pessoas precisarão se aposentar com mais idade. Mas o governo enfrentará imensas dificuldades se não sinalizar com o fim dos privilégios.

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